“…A opinião comum é que Platão teria julgado que se vários objetos empíricos apresentam um mesmo atributo F, seria preciso supor a existência de um F em si, mais real que as coisas Fs, em virtude do qual todos os Fs são F; solidária a essa opinião é a consideração de ordem semântica -muito difundida -conforme a qual Platão partira da crença de que um termo geral, aplicado a diversos objetos, deve ser especialmente verdadeiro de um dado indivíduo, e sendo assim cada termo geral deve também funcionar como nome próprio de uma entidade abstrata. Outro fator freqüentemente apontado concerne à observação das contradições que afetam os entes sensíveis: para Platão, o fato de algo ser F e não-F -F em determinado momento, não F em outro; ou F em determinada relação e não F em outra -implicaria a realidade de um F fixo, a Forma F, a qual sob todos os aspectos e sempre é F. Todas essas interpretações 1 Sobre o alcance da teoria das Idéias, veja-se o clássico artigo de Harold Cherniss (1936). Revista de E. F. e H. da Antiguidade, Campinas, nº 25, jul.…”