IntroduçãoAs doenças cardiovasculares (DCV) têm apresentado expressiva prevalência nos quadros de morbi-mortalidade na maioria dos países do ocidente, inclusive em países da América do Sul, como o Brasil. Dentre as DCV destaca-se a coronariopatia como grande causa de morte e incapacidade, na ocorrência de suas manifestações clínicas: infarto do miocárdio (IM), angina pectoris (AP) e a morte súbita. Na literatura, há freqüentes registros sobre a influência da vivência da manifestação do evento isquêmico sobre a vida do sujeito. Tais repercussões não são restritas ao aspecto físico, mas englobam também os aspectos mental, social e a percepção de bem-estar geral (1,2) . Na atualidade, além da mortalidade e da morbidade como avaliação de resultado do tratamento implementado para pacientes portadores de afecções crônicas, outra variável muito considerada tem sido a perspectiva de benefícios individuais, que se relacionam com a qualidade de vida (QV) (3,4) . O interesse de pesquisadores em transformar o conceito de qualidade de vida em uma medida quantitativa para uso em ensaios clínicos e em modelos econômicos é crescente para que esta medida possa ser comparada entre diversas populações e patologias (5) . A importância da avaliação da QV junto a pacientes coronariopatas tem sido ratificada pela ampla utilização de diferentes instrumentos que permitam sua mensuração, nas diferentes áreas da saúde. Qualidade de vida é um conceito abstrato, altamente subjetivo, influenciado por valores pessoais e culturais, crenças, auto-conceitos, objetivos, idade e expectativa de vida (6) . Experiências vividas, como doenças, tratamentos, relações interpessoais e suporte social também exercem influência sobre a qualidade de vida. Os instrumentos que visam mensurar a QV procuram incluir questões que abordem as funções física, emocional e social, desempenho de papel, dor, sono e sintomas específicos de doença.Considerando que a vivência do infarto e de angina podem ter repercussões diferentes na vida do sujeito, o presente estudo teve como objetivo comparar as medidas de QV entre dois grupos de pacientes coronariopatas: com antecedente de infarto do miocárdio (IM) e de angina pectoris (AP).
Metodologia