Abstract:Building on Neil Whitehead's work in northern South America, this article considers the formations of two different deep forest regional networks.Though these Amerindian spaces have origins in the pre-colonial past, this article analyses their shaping in the seventeenth and eighteenth centuries, a period when they confronted colonial agents. There were other regional systems along the course of the Amazon and its many tributaries that were a part of a similar historical process of re-founding identities and cl… Show more
“…Essas mesmas redes, associadas por cronistas a grandes chefes, nos impelem a debater a organização social desses grupos. Nesse sentido, é preciso entender se aquilo que os cronistas descrevem representariam estruturas hierárquicas indígenas ou se estariam mais próximas das preconcepções europeias do poder aplicadas aos povos encontrados, questões que estão sendo debatidas já em outras regiões amazônicas (Harris 2018) e que devem ser aprofundadas no Médio Solimões com o desenrolar das pesquisas.…”
Section: Discussionunclassified
“…O interesse da arqueologia brasileira com as fontes escritas foi impulsionado pelo desenvolvimento da etnohistória amazônica, parte da "virada histórica" que teve John Monteiro e Manuela Carneiro da Cunha como expoentes (Cunha 1998;Fausto & Heckenberger 2007;Monteiro 1994). Dentro desse movimento, autores como Antônio Porro (1996), John Hemming (2009), Auxiliomar Ugarte (2009), Neil Whitehead (1993Whitehead ( , 1994 e Mark Harris (2017Harris ( , 2018 realizaram uma profunda submersão nas fontes para, desse modo, montar interessantes panoramas históricos regionais, baseados numa crítica cada vez mais sofisticada de relatos que titubeiam entre descrições detalhadas e estórias fabulosas.…”
O rio Solimões foi um dos principais caminhos por onde passaram os primeiros viajantes europeus que conheceram a Amazônia. Nos séculos XVI e XVII, expedições atravessaram esse rio junto a cronistas que, além das paisagens, descreveram as diversas e distintas populações indígenas que habitavam suas margens. O presente trabalho preliminar discute essas fontes históricas referentes ao médio curso do rio Solimões pela perspectiva pouco aprofundada da arqueologia. Para realizar a discussão serão apresentadas as principais fontes da época, seus contextos de produção e as problemáticas envolvidas em sua análise. Depois, serão abordadas as descrições realizadas sobre os grupos indígenas do Médio Solimões no século XVI e XVII. Então, serão elencadas análises possíveis das crônicas no levantamento de informações contextuais arqueológicas, sobre padrões de assentamento, práticas e produtos, e redes de trocas. Por fim, serão traçadas as potencialidades de uma arqueologia documental no tratamento dessas fontes para a pesquisa arqueológica e para a pesquisa histórica.
“…Essas mesmas redes, associadas por cronistas a grandes chefes, nos impelem a debater a organização social desses grupos. Nesse sentido, é preciso entender se aquilo que os cronistas descrevem representariam estruturas hierárquicas indígenas ou se estariam mais próximas das preconcepções europeias do poder aplicadas aos povos encontrados, questões que estão sendo debatidas já em outras regiões amazônicas (Harris 2018) e que devem ser aprofundadas no Médio Solimões com o desenrolar das pesquisas.…”
Section: Discussionunclassified
“…O interesse da arqueologia brasileira com as fontes escritas foi impulsionado pelo desenvolvimento da etnohistória amazônica, parte da "virada histórica" que teve John Monteiro e Manuela Carneiro da Cunha como expoentes (Cunha 1998;Fausto & Heckenberger 2007;Monteiro 1994). Dentro desse movimento, autores como Antônio Porro (1996), John Hemming (2009), Auxiliomar Ugarte (2009), Neil Whitehead (1993Whitehead ( , 1994 e Mark Harris (2017Harris ( , 2018 realizaram uma profunda submersão nas fontes para, desse modo, montar interessantes panoramas históricos regionais, baseados numa crítica cada vez mais sofisticada de relatos que titubeiam entre descrições detalhadas e estórias fabulosas.…”
O rio Solimões foi um dos principais caminhos por onde passaram os primeiros viajantes europeus que conheceram a Amazônia. Nos séculos XVI e XVII, expedições atravessaram esse rio junto a cronistas que, além das paisagens, descreveram as diversas e distintas populações indígenas que habitavam suas margens. O presente trabalho preliminar discute essas fontes históricas referentes ao médio curso do rio Solimões pela perspectiva pouco aprofundada da arqueologia. Para realizar a discussão serão apresentadas as principais fontes da época, seus contextos de produção e as problemáticas envolvidas em sua análise. Depois, serão abordadas as descrições realizadas sobre os grupos indígenas do Médio Solimões no século XVI e XVII. Então, serão elencadas análises possíveis das crônicas no levantamento de informações contextuais arqueológicas, sobre padrões de assentamento, práticas e produtos, e redes de trocas. Por fim, serão traçadas as potencialidades de uma arqueologia documental no tratamento dessas fontes para a pesquisa arqueológica e para a pesquisa histórica.
“…Era claro, a finales del siglo XX, que el estudio crítico de las fuentes etnohistóricas, combinadas con informaciones arqueológicas, enriquecía nuestra comprensión de las organizaciones políticas pasadas, arrojando luz sobre el tipo de relaciones que se establecieron entre las diferentes partes de estos sistemas multiétnicos (Gassón, 2014;Mora, 2018;Porro, 1994). Enfoque que además ayuda a comprender parte de los procesos históricos de los siglos de pos-contacto (i.e., Harris, 2018).…”
Section: Los Finales Del Siglo XX E Inicios Del Xxiunclassified
Hace más de cien años nació el interés de los investigadores por la Amazonia. Desde sus inicios los contextos desde los cuales los estudiosos hacen las preguntas que guían su trabajo y los supuestos sobre los cuales los mismos se apoyan han variado. Este artículo identifica y hace un breve bosquejo de los énfasis y las preguntas más destacadas en el campo de la arqueología amazónica, examinándolas desde su relación con la antropología. No se trata de una revisión exhaustiva del material publicado, más bien de una síntesis introductoria a algunas de las ideas más importantes que han guiado la investigación.
“…As datações disponíveis estão situadas entre c. 1250 a 1650 AD. Os produtores do estilo entraram em contato com as primeiras incursões europeias no rio Amazonas e foram alvo da catequização promovida por missões religiosas e das expedições de descimento (Harris, 2018). A cerâmica feita de um 'finíssimo barro' é, inclusive, mencionada em uma das principais crônicas do século XVII sobre a região (Heriarte, 1874(Heriarte, [1662).…”
Resumo A noção de alter ego tem sido utilizada desde o começo do século passado para descrever um motivo caracterizado por uma figura sendo sobreposta por outra nas iconografias pré-coloniais do norte da América do Sul. Esse termo se refere também à sua interpretação baseada em analogias etnográficas de conceitos ameríndios. Este artigo rediscute os supostos alter egos a partir da análise iconográfica do estilo cerâmico Konduri (c. 1250-1650 AD). O estudo sistemático de um corpus com milhares de fragmentos e algumas vasilhas inteiras permitiu identificar três conjuntos com aves, cabeças de aves ou quadrúpedes sobre a cabeça de um antropomorfo ou zooantropomorfo. Sugere-se, a partir dos relatos etno-históricos e de informações etnográficas, que essas figuras podem ter agenciado observadores, conteúdos e contextos em rituais coletivos ou práticas xamânicas. Comparativamente, essas figuras exibem posturas e adornos similares aos relacionados ao tema visual dos antropomorfos sentados encontrados em vários outros estilos cerâmicos amazônicos, aludindo provavelmente a personagens-xamãs.
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