“…No que concerne ao impacto da escolaridade da família na realização intelectual dos filhos, o racional subjacente é que ter pais com maior escolaridade parece aumentar a probabilidade de a criança contar com um ambiente mais estimulante, o que se repercute no seu desenvolvimento cognitivo e, consequentemente, na aprendizagem (Cianci, Orsini, Hulbert, & Pezzuti, 2013;Rindermann, Michou, & Thompson, 2011;Umek, Podlesek, & Fekonja, 2005). Com efeito, estudos mostram que, comparativamente a pais com baixa escolaridade, os pais com escolaridade mais elevada proporcionam ambientes e experiências cognitivamente mais estimulantes (Bradley & Corwyn, 2000;Bradley, Corwyn, Burchinal, McAdoo, & Coll, 2001), investem mais na vida escolar dos seus filhos (Davis-Kean, 2005;Dumka, Gonzales, Bonds, & Millsap, 2010;Engin-Demir, 2009), facilitam deliberadamente o desenvolvimento cognitivo e a autonomia das crianças, favorecem a sua autoestima, incentivam o esforço e os métodos de estudo, ajudando a fixar metas escolares, a apresentar atribuições causais apropriadas na explicação dos resultados acadêmicos e a desenvolver uma motivação intrínseca (Chiu & Xihua, 2008;García & Sánchez, 2005;Stull, 2013).…”