Abstract:O artigo busca analisar, com base em episódios protagonizados por Teodoro Sampaio e Rui Barbosa, condições e forma de atuação política de homens de cor, entre 1880 e 1919. A trajetória de Sampaio nos permite perceber como um homem de cor, constituído num dos mais tradicionais redutos escravistas nas Américas, interpretou as relações e a gramática política que o forjaram como sujeito no pós-abolição. Teodoro Sampaio atravessou a década de 1880 buscando arregimentar recursos financeiros e políticos que garantiss… Show more
“…Teodoro Sampaio tem sido um intelectual exaustivamente avalizado nos estudos brasileiros, ora como um pesquisador que fomentou a consolidação das pesquisas geográficas e geológicas (LIMA, 1981;JESUS, 2019;SÁ, 2018), ora como viajante que irrompeu os sertões do norte e do sul do país (COSTA, 2007;COSTA, 2013;SANTANA, 2009), ou ainda como uma liderança política (ALBUQUERQUE, 2015) ou intelectual negro que delimitou as fronteiras do Brasil meridional (SANTOS, 2022). Essas pesquisas corroboram para a compreensão de um sujeito letrado entre os séculos XIX e XX e que viveu as ambivalências de transitar entre as experiências negras no cativeiro e os fazeres científicos.…”
Engenheiro formado pela Escola Politécnica do Rio de Janeiro, Teodoro Sampaio, foi um importante intelectual brasileiro entre o final do século XIX e os primeiros decênios do século XX. Ele teve uma destacada atuação em instituições como os institutos históricos e geográficos de São Paulo e da Bahia, além de ter integrado a Comissão Hidráulica, que entre 1879 e 1880 realizou uma expedição pelo Rio São Francisco. Neste artigo tenho como escopo a escrita de Teodoro Sampaio acerca da viagem ao Rio São Francisco com foco nas representações atinentes ao Santuário de Bom Jesus da Lapa. Para isso, aciono como fonte o livro “O Rio de São Francisco: trechos de um diário de viagem e a chapada Diamantina” em cotejo com notícias publicadas em jornais e revistas. Com isso, elucido as representações elaboradas no registro do viajante tecido em um contexto no qual o santuário era controlado por leigos.
“…Teodoro Sampaio tem sido um intelectual exaustivamente avalizado nos estudos brasileiros, ora como um pesquisador que fomentou a consolidação das pesquisas geográficas e geológicas (LIMA, 1981;JESUS, 2019;SÁ, 2018), ora como viajante que irrompeu os sertões do norte e do sul do país (COSTA, 2007;COSTA, 2013;SANTANA, 2009), ou ainda como uma liderança política (ALBUQUERQUE, 2015) ou intelectual negro que delimitou as fronteiras do Brasil meridional (SANTOS, 2022). Essas pesquisas corroboram para a compreensão de um sujeito letrado entre os séculos XIX e XX e que viveu as ambivalências de transitar entre as experiências negras no cativeiro e os fazeres científicos.…”
Engenheiro formado pela Escola Politécnica do Rio de Janeiro, Teodoro Sampaio, foi um importante intelectual brasileiro entre o final do século XIX e os primeiros decênios do século XX. Ele teve uma destacada atuação em instituições como os institutos históricos e geográficos de São Paulo e da Bahia, além de ter integrado a Comissão Hidráulica, que entre 1879 e 1880 realizou uma expedição pelo Rio São Francisco. Neste artigo tenho como escopo a escrita de Teodoro Sampaio acerca da viagem ao Rio São Francisco com foco nas representações atinentes ao Santuário de Bom Jesus da Lapa. Para isso, aciono como fonte o livro “O Rio de São Francisco: trechos de um diário de viagem e a chapada Diamantina” em cotejo com notícias publicadas em jornais e revistas. Com isso, elucido as representações elaboradas no registro do viajante tecido em um contexto no qual o santuário era controlado por leigos.
Resumo Inicialmente, o artigo enfoca três excursões de Miguel Calmon a plantações de fumo dos holandeses em Sumatra. Conecto a análise do relato de viagem de Calmon ao estudo da ideologia dos senhores de terras da Bahia no pós-abolição e evidencio, nas suas percepções, a autonomia dos trabalhadores. Também indico as estratégias patronais de organização do trabalho livre, centradas no aluguel e usufruto da mão-de-obra. Na continuação, o artigo demonstra como, após o regresso do viajante, sob sua liderança, contactar índios representava descobrir trabalhadores nacionais. Além de sublinhar a importância da mobilidade, para os índios, em lidarem com as estratégias de sua teórica proteção, argumento que a mobilidade era igualmente uma arma de luta para a classe trabalhadora. Pretendo assim contribuir para ampliar a pesquisa sobre os mundos do trabalho, iluminando conexões tanto globais quanto brasileiras.
Resumo: O artigo analisa a ação do Sindicato dos Trabalhadores em Madeira em aliança com o Centro Operário da Bahia e a Federação Socialista Bahiana em uma disputa por postos de trabalho marcada por racismo e antirracismo relacionados aos saberes de ofício, interesses de classe e embates no interior das elites políticas. O foco do estudo foi um conflito ocorrido em outubro de 1908, quando o engenheiro-chefe das obras de reconstrução da Faculdade de Medicina da Bahia resolveu contratar artesãos italianos residentes em São Paulo para trabalhar nas obras de marcenaria daquela instituição, em prejuízo dos artífices de Salvador, majoritariamente negros. A pesquisa demonstra que, apesar de defenderem com determinação e de forma bem-sucedida os interesses dos trabalhadores nacionais, inclusive fazendo uso de linguagem patriótica, as organizações operárias combinaram antirracismo com internacionalismo socialista.
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