Tentativa de suicídio por pessoas com transtornos relacionados ao uso de substâncias em tratamento

Abstract

Objetivo: identificar os fatores associados à tentativa de suicídio por pessoas com transtornos relacionados ao uso de substâncias em tratamento nos Centros de Atenção Psicossocial de Álcool e outras Drogas. Método: estudo observacional e transversal realizado com 137 pessoas com transtornos relacionados ao uso de substâncias em tratamento em Centros de Atenção Psicossocial de Álcool e outras Drogas de uma capital da região Sul do Brasil. Os dados foram coletados entre abril e novembro de 2018 por entrevista estruturada e submetidos à análise quantitativa descritiva, univariada e múltipla. Resultados: 51,8% dos participantes apresentaram ao menos uma tentativa de suicídio alguma vez na vida. Pensamentos suicidas ativos com intenção e com planejamento permaneceram associadas de modo independente ao histórico de tentativa de suicídio (RP: 2,87; IC: 1,04-7,91; p: 0,041). Na análise univariada houve associação entre tentativa de suicídio e dias de problema físico, intensidade dos pensamentos suicidas, comportamento preparatório, sentimentos depressivos, histórico familiar de transtorno mental, internamento em hospital psiquiátrico, importância de tratamento em saúde mental e prescrição de medicamentos. Conclusão: mais gravidade de pensamentos suicidas foi identificada como fator associado ao histórico de tentativa de suicídio. Enfatiza-se a importância da escuta ativa na prática profissional em saúde, do vínculo terapêutico e do acolhimento nos serviços de atenção à saúde.

Prevalência de suicídio em usuários de Cocaína

“…Em usuários de crack essas taxas foram significativamente maiores, 40,0 e 20,8%, respectivamente [2]. Estudos anteriores mostraram que 47% dos usuários de crack apresentam risco de suicídio atual, e uma prevalência de comportamentos suicidas de 30% em dependentes de crack, no Brasil.…”

“…Portanto, optou-se por comparar pacientes dependentes de cocaína que tentaram suicídio com aqueles que nunca tentaram suicídio. Cada vez mais, estudos sugerem que o comportamento suicida é um ato multideterminado que envolve fatores de risco psicossociais, familiares, genéticos, de personalidade, psiquiátricos, físicos e outros que afetam os processos de desenvolvimento ao longo da vida [1][2][3][4] O suicídio consumado estava mais intimamente ligado a três transtornos mentais específicos, incluindo transtorno depressivo maior, abuso de substâncias não alcoólicas e dependência de álcool [2][3].…”