O ensaio aborda o método em Marx como uma ontologia do ser social, ou seja, a partir de uma nova ontologia, para além dos moldes hegelianos, fixada na compreensão de que a existência da realidade independe do que pensamos sobre ela e que o reflexo dessa realidade, embora não se constitua como um espelho, busca apreender o real por meio de sucessivas aproximações. O estudo objetivou analisar os rebatimentos do método marxiano e suas contribuições para a pesquisa educacional. Problematizou-se a escassez de trabalhos que versam sobre a pesquisa em educação a partir do suporte oferecido pelo materialismo histórico-dialético, cuja premissa científica de inteligibilidade da realidade concreta faculta o desenrolar de pistas fornecidas pelo movimento próprio do objeto. Para tanto, recorreu-se à pesquisa teórico-bibliográfica, baseada em autores clássicos e contemporâneos do referencial marxista. Enfatiza-se, por fim, a necessidade de que os processos de produção do conhecimento estejam atrelados à possibilidade de transformação social, uma vez que a premissa metodológica marxiana suscita uma percepção concreta das determinações sociais próprias da sociabilidade burguesa e a consequente superação de suas formas de exploração.