Resumo: O presente artigo tem o propósito de examinar relações entre "corpo e tecnologia" no contexto do projeto social moderno, tomando como referência as noções de "corpo produtivo" e "corpo rascunho". A análise é desenvolvida por meio de fontes bibliográficas do campo da sociologia do corpo, permeando esse debate com autores da área de educação física. O conceito de corpo rascunho revelou-se heurístico para entendimento de relações do corpo com processos tecnológi-cos, em nossa época. Concluiu-se, preliminarmente, que a concepção de corpo sofreu mudanças e representações distintas ao longo da história, mas, atualmente, tais modificações acontecem de forma rotineira, produzindo uma noção fluida, segundo a qual poder-se-ia ser, a qualquer momento, o que se desejasse ser. Esses questionamentos nos remetem à imagem da criação de Frankenstein, delineada por Mary Shelley, em 1818, no livro Frankenstein or the modern Prometheus. A obra foi estruturada em torno da descrição de um exótico experimento científico, que consistiu em articular fragmentos de corpos para formar uma nova unidade humana. O modelo baseou-se na proporção harmoniosa dos membros e na beleza dos traços su-