Sucessão familiar em propriedades rurais

Abstract

O tema sucessão familiar se torna relevante no estudo de gestão das propriedades rurais, visto que, muitas propriedades familiares estão vivenciando o processo sucessório e, muitas vezes, desconhecem como proceder na transmissão da gestão da propriedade a um sucessor. O objetivo do estudo foi descrever como os gestores das propriedades rurais estão realizando o processo de sucessão familiar. Como problema de pesquisa, buscou-se responder como os gestores das propriedades rurais estão trabalhando o processo de sucessão familiar? Com relação a metodologia, adotou-se os métodos de abordagem dedutivo, qualitativo e quantitativo. Os procedimentos utilizados foram o descritivo e a pesquisa de campo. A coleta dos dados deu-se através da observação, entrevista, questionário, pesquisa bibliográfica e pesquisa documental. Para a análise dos dados utilizou-se a planilha eletrônica e análise de conteúdo. A fundamentação teórica foi composta por estudos anteriores relacionados ao tema. Buscou-se através de pesquisa bibliográfica os elementos que caracterizam a sucessão familiar; e as características das propriedades rurais pelo critério de porte. O estudo foi desenvolvido no ano de 2020, englobando 18 propriedades rurais do município de Alegria – RS. Como principais resultados do estudo, evidenciou-se que é imprescindível aos gestores das propriedades rurais terem conhecimento a respeito da sucessão familiar, pois a falta de um processo sucessório pode acarretar na ruptura do negócio familiar, e planejá-lo de forma correta permitirá a continuidade do negócio. Destaca-se que 61,11% dos gestores não fazem a preparação da sucessão. Identificou-se que a maioria dos pais incentivam seus filhos a permanecer morando e atuando na propriedade rural.

Os jovens rurais do Projeto Jaíba: construção de cenários futuros a partir das representações sociais sobre o passado e o presente

“…A sucessão familiar atravessa a dualidade entre "ir ou ficar" no meio rural, uma vez que as decisões dos jovens podem se ancorar em como esse processo é desenvolvido pela família. Alguns estudos apontam que as incertezas no processo de sucessão familiar são a falta de diálogo, a ausência de atividades voltadas para a sucessão, a quantidade de hectares da propriedade e a dificuldade dos pais em aceitarem o uso de novas tecnologias, fatores que determinam a escolha dos jovens de migrar para as áreas urbanas (Foguesatto et al, 2016;Corazza, 2017;Brizzolla et al, 2020;Tiherro;Dalcin;Anes, 2022). Segundo Castro (2009), os jovens deveriam ser protagonistas da trama de sucessão familiar, porém, na prática, são tratados como coadjuvantes, limitados pela posição hierárquica da submissão em relação aos seus familiares.…”