Garantir o desempenho ambiental de edifícios históricos é importante para sua preservação e manutenção da identidade cultural de uma região. Nas últimas décadas, embora o interesse pelo tema tenha aumentado no Brasil, essas pesquisas são pontuais e não há ainda um estudo que apresente uma visão panorâmica de casos nacionais. Assim, este artigo tem como objetivo realizar uma revisão sistemática de estudos sobre o desempenho térmico de edificações históricas brasileiras. A partir da busca em bases nacionais e internacionais foram encontrados 32 estudos, inicialmente contextualizados considerando localização e ano de publicação, além de objetivos e abordagens metodológicas. Seus resultados são discutidos a partir de três categorias de análise: período de construção e técnicas construtivas, uso, condições climáticas e de ventilação. Entre os principais achados, destaca-se que casos dos séculos XVIII e XIX analisados em seu estado original têm melhor desempenho que edifícios do século XX. Além disso, entre os estudos que incorporaram alternativas arquitetônicas, os primeiros testaram aspectos mais conservadores. Em relação ao uso, percebeu-se que edifícios administrativos são maioria, apresentando, em geral, bom desempenho; diferentemente de educacionais, que têm avaliações, em geral, negativas. Além disso, a maioria dos casos está nas zonas frias do país. Os casos situados em locais quentes tiveram desempenho relativamente bom. Esta pesquisa indica que o Brasil ainda carece de diretrizes sobre abordagens de conservação que alinhem princípios de desempenho ambiental com valores arquitetônicos e culturais.