No Brasil e no mundo usa-se de forma mais adequada o número de doadores disponíveis para receptores de rim e de fígado do que para receptores de pâncreas ou ilhotas de Langerhans. Esta revisão tem como objetivo demonstrar resultados atuais com o uso de doadores não ideais de pâncreas, para que se possa aumentar o aproveitamento deste órgão para transplante no Brasil. Com uso de critério mais abrangente para aceitação de doadores, podem-se incluir para doação do pâncreas: doadores com exames laboratoriais alterados, doadores com anormalidades vasculares, doadores pediátricos, doadores “idosos”, doadores obesos, doadores com coração parado, doadores que recebem drogas vasoativas e doadores com malformação pancreático-biliar congênita. Não se devem descartar potenciais doadores de pâncreas baseando-se somente na idade, peso ou com base em exames laboratoriais e uso de drogas vasoativas no doador. Mais importante, a inspeção e palpação do órgão por um cirurgião experiente será o fator determinante final do possível uso do pâncreas para transplante de pâncreas ou de ilhotas de Langerhans. Anormalidades vasculares, assim como a doação do fígado e do intestino delgado não devem contra- indicar a doação do pâncreas. Presença de gordura, fibrose e aterosclerose são as características que devem ser levadas em consideração quando do uso de doadores não ideais para transplante de pâncreas. Órgãos que não possam ser utilizados para transplante de pâncreas devem ser considerados para isolamento de ilhotas de Langerhans.