RESUMO: O estudo teve como objetivos avaliar os fatores de risco e a prevalência das parasitoses intestinais em 276 crianças de 0 a 6 anos de creches municipais de Rio Verde-GO. As amostras foram obtidas no primeiro trimestre de 2005 e submetidas aos métodos diagnós-ticos de Hoffman, Pons e Janer e de Faust e as informações acerca dos fatores de risco foram obtidas junto às mães e/ou responsáveis através de um questionário. A maior prevalência foi em crianças na faixa etária de quatro anos, do sexo feminino, procedentes do próprio bairro onde a creche estava localizada, cujos responsáveis possuíam escolaridade fundamental incompleta. O protozoário Giardia lamblia foi o mais prevalente, seguido por Entamoeba coli e associação entre ambos, com diferença estatística significante entre as creches. O contato com solo foi outro fator de risco significativo para prevalência de parasitoses intestinais. Os resultados apontam para a importância da melhoria das condições socioeconômicas e sanitárias e do saneamento básico por meio de ações a serem implementadas em programas de promoção de saúde.Descritores: Parasitos. Criança. Creches. Epidemiologia. Prevalência.
1-INTRODUÇÃOAs parasitoses intestinais provocadas por protozoários e helmintos são infestações que podem desencadear alterações no estado físico, psicossomáti-co e social, interferindo diretamente na qualidade de vida de seus portadores, principalmente em crianças de classes sociais mais baixas, com precárias condições sanitárias, maus hábitos de higiene, em situação de desnutrição e em locais de aglomerações tais como creches, escolas, asilos e orfanatos, pela facilidade de contaminação e disseminação. A presença desses agentes etiológicos pode aumentar sobremaneira, tanto em quantidade quanto em qualidade, conforme as alterações ambientais sejam favoráveis à presença e manutenção concomitante de diversos tipos de parasitas, resultando no poliparasitismo, situação debilitante para o indivíduo [1][2][3][4][5][6] .O equacionamento deste problema de saúde pública esbarra na necessidade de conhecimento da realidade e dos fatores de risco que favorecem o surgimento, a manutenção e a propagação desses agentes, dentre os quais se destacam as condições de moradia e saneamento básico da população exposta, os hábitos alimentares, de higiene pessoal, de contato com o solo e a presença de reservatórios no local.