“Someone has to be the First”: Tracing Uruguay’s Marijuana Legalisation Through Counterfactuals

Abstract

Why did Uruguay become the first country in the world to legalise marijuana in 2013? Based on extensive original research and unprecedented review of secondary sources, the article assesses alternative explanatory accounts through a unique combination of process tracing and counterfactual analysis. By tracing cannabis reform in Uruguay both as it was and was not but could have been in the absence of hypothesised explanatory factors, the article assesses the role of these factors in the causal story. Specifically, the article shows how and why political will and social mobilisation influenced both the reform process and outcome. In doing so, the article cuts through the haze of rival explanations to present the clearest picture of drug policy reform in Uruguay to date.

How High-Frequency Users Embraced Cannabis Regulation in Uruguay

“…The Uruguayan marijuana legalization process was considered a milestone in drug policy reform worldwide (Room, 2014). Uruguay and some Latin American countries have moved toward decriminalizing marijuana use under the expectation that less restrictive policies would reduce the incentives of criminal organizations to control drug markets and generate violence (Nieto & Morini, 2014; von Hoffmann, 2020). Although the initial reform had very little support from the Uruguayan public, the government argued that the law would help fight and deactivate drug trafficking organizations that profited from local marijuana distribution (Cruz, Boidi, & Queirolo, 2018; Draper & Muller, 2017).…”

A legalização da cannabis no Uruguai – uma mudança paradigmática na política de drogas?

“…Contudo, o debate não se limitou de forma alguma apenas a atores no âmbito do Estado. No nível internacional, redes e grupos de ativistas em defesa da legalização da cannabis também ofereciam aos ativistas uruguaios uma plataforma para troca de informações (HOFFMANN, 2016). No ano de 2005 foi realizado pela primeira vez, a partir do exemplo do Global Marijuana Marches 7 , um Smoke-In em Montevidéu no qual cerca de 300 participantes exigiriam a liberação da cannabis e o fim da estigmatização de seus consumidores.…”

“…Eles não defendiam, portanto, um novo paradigma para a política de drogas, mas sim, um re-framing no âmbito do discurso já existente, no qual a diferença entre drogas ilegais (aditivas e prejudiciais à saúde) e drogas legais como tabaco e álcool (em princípio menos prejudiciais à saúde) já estava estabelecida há muito tempo 8 . Eles se referiam à contradição em permitir o consumo e, ao mesmo tempo, por outro lado, proibir a produção e a comercialização da cannabis (HOFFMANN, 2020).…”

“…Da mesma forma, uma mudança no contexto internacional deve ter tido um papel importante para que a legalização da cannabis, diferentemente do cenário em anos anteriores, passasse a integrar a agenda política do governo como parte de uma nova concepção de segurança pública. A liberalização do mercado de drogas nos estados norte-americanos do Colorado e Washington, que levou necessariamente a uma maior relutância dos Estados Unidos em relação a essa questão, também levou -bem como o apoio de defensores famosos da causa na América Latina -a que, nesse momento, se abrisse uma janela de oportunidade no âmbito internacional (HOFFMANN, 2016).…”

“…Nesse contexto, não é possível falar em uma mudança de paradigma na política de drogas. No Executivo não havia opinião predominantemente favorável à questão das drogas e a abordagem da securitização na política de drogas ainda era perceptível, ainda que tivesse como foco, naquele momento, a pasta base de cocaína e o crime organizado (CASTRO, 2014;HOFFMANN, 2020). Esse estado de coisas confirma o que afirmam os críticos de Hall: que paradigmas de políticas públicas raramente são completamente suplantados e que frequentemente não é possível distinguir dois paradigmas contrários de forma inequívoca (CARSTENSEN, 2015).…”