O Movimento Black Rio se consolidou como uma importante cena musical nos anos 1970 nos subúrbios do Rio de Janeiro, mobilizando um grande mercado consumidor formado especialmente por uma juventude negra. Os bailes de soul foram alvo de críticas veiculadas em órgãos da imprensa ligados tanto ao governo militar quanto a setores da esquerda. O objetivo deste artigo é discutir como o jornalismo cultural e a crítica musical carioca da época encaravam o fenômeno, apresentando uma reflexão sobre disputas em torno da defesa da tradição e autenticidade em oposição a discursos de modernidade e cooptação nas dinâmicas da cultura popular. Nesse sentido, esse artigo apresenta ainda interpretações possíveis sobre processos alternativos de identificação racial, consumo cultural e estratégias político-culturais desenvolvidas em consonância com uma produção afro-diaspórica global.