Dentro de um projeto de pesquisa mais amplo voltado para o estudo sobre cenas musicais negras desenvolvidas no atual contexto urbano brasileiro, este artigo resulta de observações desenvolvidas a respeito da festa Batekoo, realizada na cidade de São Paulo. A partir de um relato de inspiração etnográfica, o texto apresentado busca discutir os sentidos, estéticas e valores postos em circulação a partir dessa festa, a fim de ampliar as discussões sobre as reconfigurações das identidades raciais observando o consumo da música popular, a configuração de novos estilos e as performatizações de gênero como estratégias reflexivas para a negociação de subjetividades e tensionamento das relações de poder. Busca-se, dessa forma, apresentar novos caminhos teóricos para a compreensão das dinâmicas raciais, reconhecendo nas mediações das produções culturais negras juvenis diferentes dramatizações de linguagens e novos projetos estéticos e identitários performados no espaço da festa que ensejam diferentes exercícios estéticos, comunicativos e políticos na cidade contemporânea.