Sob o signo da suspeita. As loucuras do poder ditatorial

Abstract

Esse artigo se divide em quatro partes. Na primeira, discutimos alguns usos de termos derivados do campo semântico da loucura quando o assunto é a ditadura civil-militar de 1964. Isso tanto no sentido do teor paranoico do poder ditatorial, quanto no dos efeitos traumatizantes que ele gerou em suas vítimas. Na segunda, estudamos o funcionamento da suspeita generalizada. Na terceira, desenhamos um perfil do aparato repressivo ditatorial, do ponto de vista da paranoia. Por fim, comentamos como Renato Pompeu escreveu um romance fundamental, no qual a ditadura foi vista, por assim dizer, de dentro de um hospício. O objetivo dessa discussão é ampliar o leque de possibilidades de análises das linguagens políticas, no que se refere à ditadura.

O acervo oral da Comissão Milton Santos de Memória e Verdade UFBA: possibilidades e desafios

“…Essa redução de escala presente nas investigações delineadas sobre a UFBA se conecta com as pesquisas de Rodrigo Patto Sá Motta comunicadas em diversos artigos que culminaram no "Universidades e regime militar" (2014) -livro com achados empíricos relevantes e sugestivas contribuições para analisar as relações entre universidades e ditadura no Brasil. Além disso, a investigação da repressão nas universidades desenvolvida pela Comissão Nacional da Verdade e a criação das Comissões de Verdade universitárias propiciaram novos acervos e problemas de pesquisa impulsionados pelos relatórios produzidos que estimularam vários trabalhos (Fagundes, 2013(Fagundes, , 2018Müller;Fagundes, 2014;Faria, 2015;Fontes, 2018). No caso da UFBA, algumas análises do acervo foram feitas especialmente no campo da dimensão arquivística (Oliveira, 2014;Miranda, 2019).…”

Sobreviventes da ditadura: testemunhos da Comissão Milton Santos de Memória e Verdade UFBA

“…As questões também se afinam com a historiografia a respeito de como o golpe e a ditadura impactaram as universidades brasileiras e seus membros 4 , especialmente após os relatórios das Comissão Nacional da Verdade e das Comissões Universitárias (FAGUNDES, 2013;FAGUNDES, 2018;FARIA, 2015;FONTES, 2018;MULLER;FAGUNDES, 2014).…”