“…Considera-se que os artefatos produzidos pelos escravos podem ter papel ativo na reconfiguração das identidades desses grupos, pois que permitem a reprodução de estilos que podem ter sido típicos de suas sociedades africanas matrizes. O estudo da diversidade estilística espacial e diacrônica, assim, pode apontar para mecanismos de retenção de estéticas, significados e mesmo cosmologias de diferentes grupos africanos, como também pode informar sobre os processos de mudanças ocasionados pelas trocas culturais entre grupos diversificados (Ferguson, 1992;Souza, Symanski, 2009). O material zooarqueológico, por outro lado, pode informar sobre as práticas de subsistência desses grupos, envolvendo estratégias como a caça, a pesca e a criação de animais para consumo próprio, sobre os hábitos alimentares por eles mantidos, incluindo a preferência por determinadas espécies e o acesso a determinados cortes de carne (Heinrich, 2012;Souza, 2011, p.93).…”