“…(20)(21)(22) Convém salientar que, a violência obstétrica é também um fenômeno social preocupante e acaba por ser majorada quando as mulheres vivenciam o abortamento, muitas vezes manifestada através de questionamentos desnecessários por parte da equipe de saúde, com tratamento focado puramente no procedimento, com repreensão e julgamentos, falta de apoio psicológico além das questões organizacionais e estruturais como falta de insumos ou leitos adequados e número de equipe desproporcional para prestar uma assistência mais adequada. (7) Verifica-se ainda práticas relacionadas à demora e/ou negação do atendimento às mulheres que abortaram com a intenção de descobrir as causas, se foi intencional ou não; além do mais, nota-se a presença de ameaças, intimidação, realização de procedimentos invasivos sem o consentimento da mulher, na maioria das vezes sem anestesia. (23) Pesquisa realizada em uma instituição de referência ao aborto evidenciou a presença de práticas de violência obstétrica institucional, psicológica, por princípios religiosos e por negligência; sendo a última intimamente relacionada a questões que envolvam valores individuais e julgamentos morais dos profissionais de saúde, sendo manifestados por atos de recriminação e desrespeito por parte dos mesmos.…”