“…A memória declarativa, focada em lembranças que podem ser tornadas conscientes e declaradas às outras pessoas, divide-se em duas organizações: a memória episódica e a memória semântica (Baddeley, 2011;Sternberg e Sternberg, 2017). A memória episódica, segundo Baddeley, "serve de base à capacidade de lembrar-se de episódios ou acontecimentos específicos" (2011, p. 23), pautados em eventos pessoais; já a memória semântica, é mais ampla, uma vez que codifica, armazena e recupera conhecimentos gerais, sem que estejam baseados em marcadores temporais, permitindo, dessa forma, o processamento de informações a respeito de diferentes fatos do mundo, do funcionamento da sociedade, de maneira ampla conceitual e teórica, acrescentando convicções elaboradas pelo próprio indivíduo (Netto, Prando, Wong, Pureza, Scherer, Fonseca e Landeira-Fernandez, 2011). Assim sendo, ao se construir uma representação subjetiva do texto, conhecimentos presentes na memória declarativa de cada indivíduo são recuperados, estabelecendo, dessa forma, a integração com as novas informações oriundas do texto lido, a qual possibilita que inferências sejam feitas a partir desse acesso a conhecimentos anteriores, operados pelo executivo central que permite o 'pensar sobre' essas duas vias do processamento visual do texto e da memória do leitor.…”