As mudanças no campo da sexualidade, durante o século XX, caracterizaram-se pela influência da tecnologia, por progressos na área da Sociologia, Pedagogia e pelo advento da psicanálise. Pesquisas sobre o comportamento sexual representaram ruptura com estudos da sexologia clínica. As palavras sexo e gênero foram, e ainda são, utilizadas como sinônimos, embora pertencer a determinado sexo signifique ser homem ou mulher, biologicamente, enquanto gênero define o masculino e o feminino, do ponto de vista comportamental e psicológico. Por outro lado, o comportamento de gênero assume diferentes significados, conforme a cultura em que se insere. A expressão da sexualidade, mais do que se manifestar por diferentes heranças biológicas, também se constitui num meio de confirmação de regras sociais, o que lhe credita caráter ideológico. Técnicas de imagem cerebral ampliaram o conhecimento das diferenças do cérebro masculino e feminino. Estudos demonstraram que influências associadas ao sexo se dão em vários níveis do sistema nervoso, do genético ao comportamental, resultando em distintas organizações cerebrais, masculina e feminina, dissociadas dos estereótipos. O legado de tais mudanças é sem precedentes para a civilização ocidental. Perplexidade, estigmatização, mapeamentos cerebrais e classificações diagnósticas ainda são as respostas mais frequentes a este turbilhão de orientações, identidades e preferências sexuais. Este artigo se propõe a debater o tema diversidade sexual, provocando uma reflexão sobre a força do sociocultural que se contrapõe às evidências da biotecnologia.Palavras-chave: Sexualidade. Gênero. Diversidade Sexual. Diferenças Cerebrais. Transgêneros.
A B S t R A C tThe changes in the field of sexuality during the 20th century are characterized by the influence of technology, progress in the area of Sociology, Teaching and the creation