O contexto do neoliberalismo preconiza o individualismo e a competitividade entre indivíduos, que fomenta a prática da empresa de si mesmo, na qual todos tornam-se responsáveis pela execução de múltiplas tarefas. Esta realidade é percebida entre estudantes de medicina, que se soma à uma vida de extensa jornada de estudos, pressões por desempenho acadêmico, contato precoce com a morte, além de cobranças de si próprio, de familiares e da sociedade. Nesta população, o adoecimento por transtornos mentais ocorre com frequência superior aos achados na população em geral. Identificar o perfil dos estudantes de medicina e avaliar a sua qualidade de vida. A pesquisa envolveu 48 estudantes de medicina, de instituição de ensino particular, localizada na região metropolitana de São Paulo. Tratou-se de pesquisa quantitativa, realizada em 2 etapas. Incialmente realizou-se levantamento de dados sociodemográficos, em relação ao sexo, faixa etária, procedência geográfica, período da graduação, uso de medicamentos psiquiátricos e frequência à psicoterapia. Posteriormente, aplicou-se o questionário WHOQOL-Abreviado para avaliação do bem-estar entre estes estudantes. Os principais resultados revelaram a feminilização do curso de medicina, a predominância da faixa etária entre 18 e 24 anos, sendo a maioria procedente da própria região metropolitana da São Paulo, com reduzido consumo de medicamentos psiquiátricos e baixa frequência à psicoterapia. Muito embora a pesquisa tenha tido limitações quanto ao tamanho da amostra e à reduzida quantidade de indicadores sociodemográficos, os resultados, ainda assim, apontaram para a importância de apoio psicológico longitudinal na instituição pesquisada, como contribuição para a melhoria da qualidade de vida dos estudantes de medicina.