Seletividade da política pública em resíduos sólidos na pandemia da covid-19: exponenciando a vulnerabilidade das cooperativas de catadores em

Abstract

Objetivo: Este artigo objetivou compreender como as ações do Estado local, frente ao cenário pandêmico, produzem a seletividade estrutural no setor de Cooperativas de Resíduos face ao enfrentamento da covid-19 no Município de Londrina-PR. Procedimentos Metodológicos: O estudo caracteriza-se como exploratório-descritivo e qualitativo, utilizando-se de dados primários e secundários extraídos, principalmente, dos questionários aplicados com representantes de cooperativas de reciclagem e de documentos oficiais. Realizamos a aplicação dos questionários com dirigentes/representantes de 6 das 7 cooperativas que possuem contrato de prestação de serviço com a Prefeitura de Londrina, entre 28 maio e 09 de junho de 2020. Principais Resultados: A análise dos dados mostrou mecanismos combinados de seletividade estatal (estrutura, ideologia, processos e coerção) que favorecem alguns atores e dificultam o acesso a outros. A seletividade promovida pelo Estado durante a pandemia agravou a crise que já se desenvolvia localmente no setor. Embora o cooperativismo tenha sido afetado de diferentes formas, a seletividade contribui em geral para o maior desmantelamento do setor e pode até implicar na inviabilidade de algumas dessas organizações sociais. Originalidade/Valor: O estudo possibilitou analisar a existência do conceito de seletividade do Estado, a partir de um conjunto de interesses e atores envolvidos no aparato estatal em um momento de grande crise de saúde. O estudo visa contribuir para o debate de políticas públicas e ações de enfrentamento à covid-19 em um setor considerado essencial para o bem-estar da sociedade, expondo as necessidades setoriais e ações ou inações do governo federal em seletividade estrutural.

Condições de Trabalho dos Catadores de Resíduos Sólidos em Tempos da Pandemia de Covid-19

“…Esse resultado é uma das consequências de grande impacto que a Covid-19 causou, pois com o isolamento na própria residência, as pessoas aumentaram o consumo de produtos recicláveis (Araújo et al, 2021), entretanto, os catadores de RSU do país diminuíram o ritmo de trabalho devido ao medo da contaminação da doença e houve uma redução na comercialização dos materiais coletados às empresas que reciclam (Santos et al, 2021).…”