RESUMO -O Brasil gera aproximadamente 350 milhões de toneladas de resíduos lignocelulósicos por ano, entre estes estão o bagaço e a palha de cana-de-açúcar. Atualmente a queima do bagaço de cana de açúcar nas caldeiras das indústrias é um processo bem sucedido que torna as usinas autosuficientes em geração de energia, porém tais resíduos podem ser utilizados na produção de etanol. O objetivo deste trabalho foi investigar a produção de etanol 2G a partir do bagaço e palha de cana de açúcar, estudando a eficiência de diferentes tipos de pré-tratamentos: com ácido sulfúrico (H 2 SO 4 ), com hidróxido de sódio (NaOH), orgânico e peróxido de hidrogênio (H 2 O 2 ) em meio básico. Portanto, a partir dos resultados obtidos que entre os pré-tratamentos do bagaço da cana-de-açúcar tanto o realizado com peróxido de hidrogênio, como o realizado com ácido sulfúrico tiveram um rendimento razoável de 60%, enquanto que o pré-tratamento orgânico da palha da cana-de-açúcar foi o mais promissor, com rendimento de 85%.
INTRODUÇÃOO bagaço é um subproduto, remanescente da moagem dos colmos da cana-de-açúcar. É obtido na saída do último moinho das usinas e destilarias, e constitui um conjunto de partículas de diferentes tamanhos, que oscilam entre 1 e 25 mm, apresentando um tamanho médio de 20 mm, o qual depende fundamentalmente do número de moagens realizadas e do tamanho dos equipamentos. A morfologia do bagaço se encontra relacionada com a estrutura da cana, onde se encontram fibras exteriores do colmo ou da casca, feixes fibrovasculares e outras formas fibrosas que dão resistência ao colmo vegetal. (MACHADO, 2009) A celulose é a matéria prima mais abundante e está presente na estrutura básica das células de todas as plantas. Ela é um polímero linear e pertence à função química dos hidratos, mais corretamente a dos glicídios. As moléculas de celulose tendem a formar pontes de hidrogênio intramoleculares (entre unidades de glicose da mesma molécula) e intermoleculares (entre as unidades de glicose de moléculas adjacentes). O primeiro tipo de interação é responsável por certa rigidez das cadeias unitárias, e o segundo pela formação da fibra vegetal (NASCIMENTO, 2007).