AGRADECIMENTOS À CAPES, pelo apoio financeiro e institucional. À USP, instituição que sempre admirei e me permitiu desenvolver esta pesquisa em tempos difíceis para os cientistas brasileiros. À Universidad de Chile, por permitir que eu fizesse parte do departamento de saúde global por quase dois anos como colaboradora externa. À professora Maria da Penha, pela cuidadosa orientação, que escutou pacientemente minhas ideias e me incentivou nos momentos difíceis. Professora, obrigada por tudo! Sem a senhora, nada teria sido possível.Ao meu amado companheiro Rafael, parceiro de vida para todas as horas. À minha amiga Luanna pela longa amizade e irmandade.Às minhas amigas no Rio, Paula, Lidi, Ju, Lu e Kim, pela amizade e rede de apoio, criada por nós para nos proteger neste mundo.
RESUMODIAS, Nidilaine Xavier. O campo científico da saúde global na América Latina: um estudo crítico sobre um campo polissêmico (2007 -2019). 2018. Tese (Doutorado) -Programa Saúde Global e Sustentabilidade, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2018. Tendo Pierre Bourdieu como referencial teórico principal, procuramos responder duas perguntas nesta tese: podemos afirmar a existência de um campo científico da saúde global na América Latina? Para responder esta pergunta, orientamos o levantamento do material a partir de três conceitos: capital científico -representado pelos congressos em saúde global (SG) e ciências humanas e sociais (CheS) na América Latina (AL), os agentes -representado pela Alasag, e o habitus -representado pelos programas de formação em SG na AL. Esses conceitos nos levaram ao roteiro que usamos para investigar a constituição de um possível campo científico da SG na AL. Nossa análise revelou a existência de um campo científico da SG na AL a partir do conceito de Bourdieu, marcado por fortes intervenções políticas das instituições que o integram, principalmente, aquelas que financiam as pesquisas no campo. Essas intervenções se caracterizam especialmente pelo condicionamento da liberação de verbas a agendas temáticas específicas, sendo os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 2030 (ODS 2030) a principal delas. Uma vez que podemos confirmar a SG na AL enquanto campo científico, podemos afirmar que as CheS integram o mesmo, o tencionando em um sentido crítico? A resposta é sim e não, porque identificamos dois momentos de entrada das CheS na área da saúde latino-americana que significaram duas formas distintas de atuação no referido campo. Concordamos com os autores que afirmam que a SG na AL é uma continuidade da saúde pública, internacional e coletiva -no caso brasileiro, e que as CheS que integraram estes campos desde os anos 70 assumiram uma posição estabelecida no campo científico da SG na AL, ditando as regras do jogo e o conformando com base nos seus interesses e assuntos que consideram relevantes. O segundo momento se caracteriza pela ampliação da área da saúde para o âmbito geográfico global, o intenso uso da internet e redes sociais pelos pesquisadores, e a entrada de novos agentes, provenientes de áreas do conhe...