Rural Tourism and New Markets for Agro-Ecological Food Products: The Case Study of Via Organica Route

Abstract

O presente estudo tem por objetivo analisar o desenvolvimento da rota turística Via Orgânica, localizada em Garibaldi-RS, Brasil, e seu potencial de criação de novos mercados para produtos agroecológicos. Discute-se sobre o processo de inserção dos agricultores familiares em cadeias curtas agroalimentares, através da construção de mercados alternativos baseados no turismo rural. O método adotado foi o estudo de caso, com pesquisa bibliográfica e entrevistas com os membros da rota Via Orgânica. Constatou-se que a participação na Rota é uma oportunidade em potencial para geração de renda e construção de mercados alternativos para produtos agroecológicos, na medida em que os turistas adquirem produtos vendidos nas propriedades ou os consomem no local. Em paralelo, verificou-se que a rede estabelecida entre os participantes da rota também permite a conexão dos mercados, com o intercâmbio de produtos e experiências, fortalecendo a agricultura familiar. Entretanto, evidenciou-se que a persistência dos participantes e o apoio de entidades públicas se tornam essenciais para consolidação da rota ao longo do tempo.

Economia Social Solidária e Turismo de Base Comunitária: aproximações teóricas e teórico-empíricas

“…As comunidades que aderem as práticas de TBC geralmente se organizam em cooperativas e/ou associações (Boni & Vieira, 2015;Soto, 2016;Gómez-Carreto et al, 2018;Ronconi, Menezes & Bittencourt, 2019;Proença & Neto, 2022), além de redes que contemplam várias iniciativas (Soto; 2016; Luz dos Santos, Ribeiros dos Santos & Marques, 2020; Tonini & Dolci, 2020). Em termos da estrutura de suas organizações, nota-se uma diversidade de formas adotadas, o que vai ao encontro de Collazos (2023), ao constatar que as organizações da economia social e solidária são pautadas em uma economia plural, adotando várias formas de estruturação.…”

“…A autonomia e participação dos membros na tomada de decisão são marcantes em diversos casos (Gómez-Carreto et al, 2018;Ronconi, Menezes & Bittencourt, 2019;Tonini & Dolci, 2020;Graciano & Holanda, 2021). Outro ponto de destaque é o fato de que grande parte dessas associações possuem suporte de atores externos, principalmente universidades e secretarias de turismo.…”

“…Esses parceiros atuam como fomentadores e incentivadores, mantendo a autonomia das comunidades, mas articulando novas parcerias com prefeituras locais, ONG's, empresas privadas etc. (Soto, 2016;Xavier et al, 2017;Gómez-Carreto et al, 2018;Tonini & Dolci, 2020). Isso deixa claro a necessidade de diálogo com atores externos, porém, mantendo a autonomia da comunidade nas tomadas de decisões.…”

“…Soto (2016) acrescenta que as comunidades decidem por fazer capacitações, em parcerias com atores externos, principalmente em áreas de gestão, produção e comunicação. As associações/cooperativas também relacionam a produção local com o turismo, aderindo a uma renda composta pela junção das duas produções (Soto, 2016;Ronconi, Menezes & Bittencourt, 2019;Tonini & Dolci, 2020;Mariosa et al, 2022). Além disso, as pesquisam apontam para aspectos relacionados à confiança e solidariedade, como o parentesco entre os cooperados (Soto, 2016;Ronconi, Menezes & Bittencourt, 2019) e troca de produtos entre diferentes produtores (Tonini & Dolci, 2020).…”

“…As associações/cooperativas também relacionam a produção local com o turismo, aderindo a uma renda composta pela junção das duas produções (Soto, 2016;Ronconi, Menezes & Bittencourt, 2019;Tonini & Dolci, 2020;Mariosa et al, 2022). Além disso, as pesquisam apontam para aspectos relacionados à confiança e solidariedade, como o parentesco entre os cooperados (Soto, 2016;Ronconi, Menezes & Bittencourt, 2019) e troca de produtos entre diferentes produtores (Tonini & Dolci, 2020). Práticas nesse sentido são comuns em organizações da economia social e solidária (Collazos, 2023).…”