<p><span style="font-size: medium;">Em </span><em><span style="font-size: medium;">Sobre Racine</span></em><span style="font-size: medium;">, de Roland Barthes, a imagem da alquimia aparece associada à crítica universitária tradicional, acusada de fazer uma interpretação “mágica” da criação literária. Apoiando-se nos trabalhos de Gaston Bachelard, Barthes fala em uma visão “substancialista” do mundo, própria à burguesia, que buscaria encontrar a interioridade dos objetos e das pessoas. Contudo, ao tentar uma análise estrutural das tragédias de Racine, o crítico acaba reencontrando o pensamento substancialista nas peças do autor, e fala em uma </span><em><span style="font-size: medium;">química </span></em><span style="font-size: medium;">para caracterizar </span><em><span style="font-size: medium;">Britânico, </span></em><span style="font-size: medium;">que é descrita com termos próximos aos usados para falar em alquimia. As figuras da química e da alquimia, que reaparecem com frequência nos textos do autor, são indícios que podem nos ajudar a compreender a posição ambígua que Barthes assume para pensar a tragédia clássica.</span></p>