Considero a ingratidão uma forma de injustiça. Felizmente, desse mal sofro pouco, pois tenho a alma repleta de gratidão por muita gente que me ajudou ao longo da vida. No caso específico deste trabalho, não é diferente. Tive apoio e colaboração de muitas, muitas pessoas, a quem sou profundamente grata. O difícil do agradecimento é transpor o sentimento para o papel. É aí que a injustiça parece morar, no esquecimento involuntário de nomes de pessoas e instituições fundamentais, sem as quais nada poderia ter sido feito. Como, após a maratona intelectual do mestrado, a memória costuma ficar abalada, não vou me arriscar ao desgosto de esquecer pessoas queridas. Portanto, peço a você, leitor, que me auxiliou em algum momento desse longo e cansativo processo, você que me indicou textos, que debateu idéias, que me atendeu com atenção e gentileza nas bibliotecas, arquivos e outras instituições, que me acolheu em São Lázaro, onde tudo era novo para mim, que me hospedou no Rio de Janeiro quando precisei, que me ajudou na pesquisa quando tudo parecia irremediavelmente atrasado, ou que apenas ouviu com paciência minhas intermináveis conjecturas sobre Rui Barbosa, Seabra e a vida na Bahia no início do século XX... você sabe como sua participação foi valiosa, e eu também sei. Por isso, eu lhe rogo que aceite, simplesmente, estas palavras: muito obrigada. Peço licença para agradecer nominalmente, ainda que de forma muito breve, somente a cinco pessoas: à Profª. Drª. Consuelo Novais Sampaio, origem desta pesquisa e da minha inserção na área de História, pela generosidade; ao Prof. Dr. Antônio Guerreiro, meu orientador, pela confiança; aos meus pais, Heloina e Jayme, pela dedicação da vida inteira e pelo exemplo; e a Leo, pelo estímulo e pela paciência infinita, só explicada pelo verdadeiro amor. Para concluir, registre-se que este trabalho contou com o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), e que as eventuais falhas e omissões são de minha exclusiva responsabilidade. Resumo Em 1912, o bombardeio de Salvador por seus próprios fortes de defesa assinalou a ascensão de um novo "chefe" na política baiana: o ex-deputado e ex-ministro José Joaquim Seabra. Amparado pelo governo federal, Seabra foi o primeiro político a estabelecer um domínio duradouro na Bahia republicana, desestabilizando a relação consagrada entre Rui Barbosa e os governadores precedentes. Durante 12 anos, a Águia de Haia teve que se confrontar com a sagacidade de Seabra, que se revelou uma verdadeira raposa política. Apesar de suas diferenças, Rui e Seabra tinham muitas características em comum. Ambos encarnavam o desejo de resgatar a grandeza histórica da Bahia e de colocar a terra natal nos trilhos do progresso e da civilização. A dissertação enfoca diversos aspectos do embate entre Rui Barbosa e J. J. Seabra, como uma chave para compreensão da dinâmica política da Bahia na Primeira República.