Riscos e crises: da teoria à plena manifestação

Miradas cruzadas sobre riesgos y desastres

“…Os estudos sobre risco, por exemplo, possuem um largo espectro de definições e classificações nos mais variados campos do conhecimento (BECK, 1999;GIDDENS, 1997;LUPTON, 2006;MINAYO et al, 2003;SOUZA;LOURENÇO, 2015;VEYRET, 2013), tendo sido constituída uma ciência para o risco: a ciência cindínica 1 (FAUGÈRES, 1991;LOURENÇO, 2018). Entretanto, por ser um conceito em disputa, é sujeito a controvérsias e problematizações, em especial sobre a utilização de concepções reificadas de risco que desconsideram as desigualdades nos processos de desenvolvimento dos países, como também a cultura dos povos com seus modos de vida e representações (DOUGLAS; WILDAVSKY, 2012;DUTRA, 2021;GUIVANT, 1998;VALENCIO, 2019;VARGAS, 2006).…”

A apropriação dos territórios quotidianos pelos grafitos. Do risco social à multiterritorialidade

“…São cada vez mais os novos desafios impostos pelo(s) quotidiano(s), cuja dinâmica impele a(o) geógrafa(o) a interpretar o território numa perspetiva multiescalar, tendo em conta a convivência de comunidades diferenciadas na forma de estar, de olhar, de percecionar, de interpretar e de atuar no espaço. Essa multiplicidade de atuações leva, muitas vezes, ao desenvolvimento de tensões e fricções socio-territoriais, pelo que o papel da geografia é cada vez mais importante na abordagem cindínica (LOURENÇO; AMARO, 2019;.…”

Envelhecimento e crises

“…Os custos económicos e humanos desses eventos de grande diversidade (Field et al, 2012;Lourenço & Amaro, 2018) tem vindo a aumentar, devido ao aumento populacional, à crescente ocupação do solo, e à persistência de desigualdades.…”

“…• Na dimensão da crise, entendida como o "perigo efectivo" (Lourenço & Amaro, 2018), quando se torna necessário agir no terreno e as pessoas idosas constituem o grupo mais frágil, devido à sua condição de mobilidade mais reduzida, ao seu frequente isolamento (social e/ou geográfico), ao grau de penetração das comunicações móveis mais baixo, às condições económicas e de habitação frequentemente precárias, e até mesmo a um apego ao local mais forte que chega a tornar mais difícil a sua evacuação;…”