Entre as anomalias cardíacas, a Cardiomiopatia Hipertrófica (CMH) tem sido descrita como a doença mais comum em animais de companhia, e caracteriza-se por alterações anatômicas que levam ao aumento das fibras contráteis miocárdicas, proporcionando assim o aumento total do músculo cardíaco e a sua disfunção. Dada sua importância clínica e capacidade de levar o paciente à morte súbita, objetivamos relatar um caso de cardiomiopatia hipertrófica em cão, abordando seus aspectos clínicos e anatomopatológicos. Um cão macho de 9 meses de idade, da raça Spitz Alemão anão, foi atendido em uma Clínica Veterinária na cidade de Santarém - PA, com queixa clínica de mal súbito, após ser liberado para recreação em hotel Pet. A avaliação física mostrou dispneia, cianose, rigidez dos membros, taquicardia (210bpm) e temperatura de 37,8ºC. Após os cuidados iniciais, o paciente teve parada cardiorrespiratória, e mesmo com protocolo de reanimação, o paciente veio a óbito. Foi realizada necropsia, onde foram encontradas alterações cardíacas típicas de CMH e infarto agudo do miocárdio. Observou-se que a CMH causa inúmeras alterações anatômicas no coração, onde o aumento da espessura da musculatura ventricular e de septo, são as modificações mais marcantes durante o exame necroscópico e causa ou não, sinais clínicos ao portador dessa enfermidade. Quase sempre a CMH leva a disfunções cardíacas que vão desde a diminuição do débito cardíaco, até a formação de trombos e infarto do miocárdio por complicações vasculares da rede de vasos coronarianos, causando morte súbita do animal, como pode ser visto no presente relato.