Resistência ou Conflito? O legado folclorista nas atuais representações do jogo da capoeira

Abstract

Este artigo procura compreender alguns dos motivos que levam a uma enorme disparidade entre uma imagem idealizada do jogo da capoeira, visto principalmente como um espaço da harmonia e da coesão social, e certas práticas cotidianas extremamente hierarquizadas e competitivas, veiculadas pelos próprios capoeiristas. Sugiro que este hiato entre representação e ação resulte de uma atualização da perspectiva de folcloristas brasileiros de meados do século XX, e que deve, portanto, ser alvo de reflexão. A análise se dá a partir da leitura de algumas obras publicadas por pesquisadores e por capoeiristas, desde a década de 1930, bem como de uma etnografia realizada em algumas escolas de capoeira do Rio de Janeiro, nos dias de hoje.

Capoeira Como Estratégia Educacional

“…Mestre Bimba, que consistia numa proposta regional que dava ênfase às mudanças na capoeira através da esportivização, e a outra é organizada por Mestre Pastinha, tendo como parâmetro a sua etnicidade (SILVA, 2001). Vassallo (2006) Ressalta que a capoeira foi sobretudo uma resistência Cultural, mas que em alguns momentos tornou-se uma resistência política. Em seus estudos Neira e Nunes (2011) afirmam que a cultura pode ser entendida como uma forma de vida, portanto a Capoeira é uma expressão popular que faz parte da cultura brasileira e que deve ser preservada (CAMPOS;.…”