Introdução: No decorrer do século XIX surgiram as primeiras informações a respeito das substâncias químicas contidas nos alimentos. A partir dessas descobertas, a higiene alimentar como meio terapêutico estabeleceu critérios para a prescrição de azote (nitrogênio) e carbone (carbono), bem como recomendações alimentares nos diferentes ciclos de vida e estados de convalescença. Objetivos: Este trabalhou buscou analisar como e para que fins eram prescritos alguns alimentos cuja composição química era caracterizada pela presença do azote (nitrogênio) e carbone (carbono). Método: Foram utilizados como fonte de pesquisa os cadernos de visitas (prontuários) de embarcações encontrados no Arquivo Histórico da Marinha Portuguesa, os tratados médicos do período e publicações referentes à história da ciência e nutrição. Resultados e discussão: Nos cadernos de visitas consultados (anos 1859 e1863), as refeições à base de alimentos de origem animal (ricos em azote), como os caldos de carne e de galinha, foram as mais prescritas aos doentes, pois se pautavam nos princípios da dieta fibrinosa, que promovia a reparação tecidual e crescimento da matéria orgânica. Considerações finais: Ao longo dos dois últimos séculos, muitas teorias a respeito da função dos alimentos se modificaram, mas parte significativa de seus pressupostos foram constituídos no decorrer do século XIX.