Repensando práticas: delegacias da mulher enquanto espaço dialógico de prevenção à violência conjugal

Abstract

Neste estudo, trata-se de um ensaio teórico cujo objetivo é discutir o papel das delegacias especializadas de atendimento à mulher (DMs), a partir do olhar da Psicologia com enfoque de gênero, reflexivo e sistêmico. As DMs desenvolvem procedimentos relativos à apuração de infrações cometidas mediante violência doméstica ou familiar, nos termos da Lei 11.340/2006. No entanto, neste artigo buscase enfatizar as DMs também como um espaço de fortalecimento das medidas integradas de prevenção a esse tipo de violência, trazendo foco para o eixo preventivo instituído pela referida lei. Para tanto, foi discutida a complexidade do fenômeno da violência conjugal, bem como apresentadas algumas possibilidades de atuação policial, baseadas na segurança cidadã, que promovam discussões sobre a complexidade da violência conjugal e os processos culturais que a naturalizam. Entende-se, ainda, que estes serviços só podem ser oferecidos a partir da capacitação continuada dos/as policiais que atuam nas DMs.

Re-theorizing the progress of women in policing: An alternative perspective from the Global South

“…Women-led police stations are not a mere residue of the past, more akin to the world of women in policing in the Global North before the 1970s. These police responses that specialize in responding to gender violence are an innovative phenomenon that have many advantages over traditional approaches to policing gender violence, according to our study (Carrington et al, 2019(Carrington et al, , 2021) and a number of other studies (Cavaler and Macarini, 2020;Córdova and Kras, 2020;Hautzinger, 2002;Jubb et al, 2008). Moreover, for women from poor and disadvantaged communities in Latin America, women's police stations provide them with a gateway to resources they could not otherwise access, widening their access to justice (Jubb et al, 2010).…”

“…Gender equity is falsely equated with gender justice. This liberal feminist view fundamentally misunderstands the historical emergence and uniquely transformational role of women-led police stations that emerged in Latin America in strengthening women's rights, improving the working conditions of women police, while challenging the masculinist dimensions of policing culture and improving police responses to victims of gender violence (Carrington et al, 2019(Carrington et al, , 2021Cavaler and Macarini, 2020;Hautzinger, 2002;Jubb et al, 2008Jubb et al, , 2010MacDowell Santos, 2005).…”

“…The academic research on women-led police stations in India and Latin America has found they encourage earlier reporting to police, widen access to justice and provide a gateway to other supports, which prevents further re-victimization while strengthening women’s safety (Amaral et al, 2018; Carrington et al, 2019, 2021; Hauztinger, 2002; Jubb et al, 2010; Natarajan 2005, 2008; Pasinato, 2016). Women’s police stations that offer a multi-disciplinary integrated response, also enhance trust in police and improve victim satisfaction with police responses (Córdova and Kras, 2020). Studies in India, Peru and Brazil have provided solid evidence that where these specialist victim-centred police stations exist, rates of domestic homicide of women are lower, in some instances up to 50% lower (Kavanaugh et al, 2018; Natarajan and Babu, 2020; Perova and Reynolds, 2017).…”

Psicologização do Machismo e Romantização da Violência de Gênero no Filme WiFi Ralph

“…Essa concepção é grave, pois contribui para a manutenção de relações abusivas e violentas, ao mesmo tempo que sustenta a relação inerente entre amor e violência. Meninas são levadas a compreender que meninos são violentos porque amam e meninos levados a entender que o excesso de sentimento, bem como o ciúme, são justificativas suficientes para atos violentos (Cavaler & Macarini, 2020;Galeli & Antoni, 2018). Daí a importância de se nomear a violência de gênero como ela é, ressaltando a desigualdade de gênero que a sustenta.…”

“…Assim, homens estão mais suscetíveis ao abuso de álcool e outras substâncias tóxicas, ao envolvimento em brigas corporais, ao uso da violência como forma de resolução dos problemas e à adoção de comportamentos agressivos no trânsito, como alta velocidade, manobras imprudentes e direção sob efeito de substâncias (Organización Panamericana de la Salud, 2019). O efeito disso é marcante também na vida de mulheres que, quando em relacionamentos afetivos com homens, ficam suscetíveis à violência de gênero (Cavaler & Macarini, 2020;Galeli & Antoni, 2018).…”