Relações entre a saúde mental da gestante e o apego materno-fetal

Abstract

ResumoO estudo investigou as relações entre variáveis sociodemográficas, saúde mental da gestante e o apego materno-fetal no terceiro trimestre de gestação. Participaram do estudo 261 gestantes selecionadas através de amostragem por acessibilidade em quatro maternidades públicas. As gestantes responderam individualmente uma ficha de dados sociodemográficos, a Escala de Apego Materno-Fetal e o SRQ-20. A análise de regressão revelou que o número de filhos (4%) e a saúde mental materna (4,2%) explicaram parte da variância no apego materno-fetal. A escolaridade da mãe e do pai não esteve associada a essa variável. O modelo de regressão múltipla considerando os quatro fatores analisados, explicou 8,2% da variância nos escores de apego materno-fetal. Discutem-se as implicações dessas variáveis na formação do vínculo da mãe com o bebê durante a gestação.Palavras-chave: saúde mental; apego materno-fetal; gestação. AbstractRelations between pregnant women's mental health and maternal-fetal attachment. This study investigated the relations among sociodemographic variables, pregnant women mental health, and maternal-fetal attachment in the third trimester of pregnancy. Participants were 261 pregnant women recruited from public maternity wards using a convenience sampling technique. Each pregnant woman completed a sociodemographic data form, the Maternal-Fetal Attachment Scale, and the SRQ-20. Regression analysis revealed that the number of children (4%) and mothers' mental health (4.2%) accounted for part of the variance in maternalfetal attachment scores. Father's and mother's schooling was not associated with this variable. Taking the four analyzed factors into account, a multiple regression model accounted for 8.2% of the variance in the maternal-fetal attachment scores. The implications of these variables for mother-infant bonding during pregnancy are discussed.

Predictors of Sensitivity in Mothers of 8-Month-Old Infants

“…Besides support groups for pregnant women and specific parenthood support programs, simple measures like echograms (Yarcheski, Mahon, Yarcheski, Hanks, & Cannella, 2009) and mental health care for women of fertile age (Alvarenga et al, 2012) can benefit prenatal bonding between mother According to the results, there were no signs that the pregnant women's mental health and maternal depression could explain the percentages of sensitive sequences at the age of eight months. On the other hand, for each additional point on the maternal-fetal attachment scale, the total percentage of sensitive sequences increased by .042 when the other variables in the model were kept constant (p = .003).…”

“…The results indicated that the mothers in the group with high trait-anxiety demonstrated lower levels of sensitivity while interacting with the infants. Finally, Alvarenga, Dazzani, Alfaya, Lordelo and Piccinini (2012) and Schmidt and Argimon (2009) found relations between depression symptoms and anxiety during pregnancy and lower levels of maternal-fetal attachment.…”

Sintomas Depressivos Em Gestantes: A Importância Da Assistência Pré-Natal – Um Estudo De Casos

“…Os sentimentos como desânimo, afeto diminuído e desinteresse, que aparecem de forma frequente em casos de depressão, fazem com que a gestante tenha uma maior inibição de comportamentos e emoções que demonstram afeto apresentando retraimento (ALVARENGA et al, 2012). Nos relatos das experiências vivenciadas pelas gestantes que fizeram parte da pesquisa pode-se observar estes sentimentos e comportamentos: "Acho que por conta dos meus problemas emocionais, eu tenho sentido muita vontade de ficar sozinha, não quero conversar com ninguém, inclusive pelo WhatsApp, eu prefiro ficar quieta no meu canto, no meu mundinho assim [...], eu me afastei totalmente [...] sobre estimular o vínculo com o bebê, eu não senti isso né, senti preocupação assim" (G6).…”

“…É inegável que as consultas e os exames realizados na assistência pré-natal contribuem para a saúde do grupo materno-infantil, com destaque para a ultrassonografia, pois possibilita o contato com o feto na medida que permite a identificação do sexo do bebê ainda em formação e a visualização das características físicas da criança, proporcionando o estabelecimento do vínculo da gestante com o bebê (ALVARENGA et al, 2012;MARTINELLI et al, 2014). Entretanto, pode-se observar nos relatos das gestantes a insatisfação com a demora na realização dos exames, portanto identificou-se a necessidade de melhoria no atendimento destinado às gestantes, assim como maior agilidade na realização dos exames como descrito no estudo de Ortiga et al (2015).…”

Condições psíquicas maternas: estudo sobre associação entre apoio social, transtorno mental comum, estresse e características sóciodemográficas

“…A saúde mental materna, durante as ultimas décadas, vem sendo estudada por muitos pesquisadores da área da saúde (Guardino, Hobel, Shalowitz, Ramey & Schetter, 2018;Goldstein, Rogers & Ehrenthal, 2016;Prates, Schmalfuss & Lipsinski, 2015;Airosa & Silva, 2013;Alvarenga, Dazzani, Alfaya, Lordelo & Piccinini, 2012;Hussain et al, 2011;Gao, Chan & Mao, 2009 Além do que essas pesquisas indicam, uma das razões que determina taxas elevadas de sintomas depressivos e de ansiedade nessas mulheres é o fato de serem mães. Devido aos eventos estressores relacionados à criação de filhos, à falta de uma rede de apoio social e à baixa renda implicam uma abdicação com relação ao próprio cuidado e à satisfação profissional e pessoal para se dedicar ao próximo, culminando em quadros de consternação, ansiedade, frustração, angústias, adoecimento e a ocorrência de transtornos mentais (Kerber, Falceto & Fernandes, 2011;Falceto, Fernandes, Baratojo & Giugliani, 2008;Araújo, Pinho & Almeida, 2005).…”