Este artigo apresenta uma discussão a respeito do bilinguismo, a partir da interlocução entre psicanálise, linguagem e educação. O bilinguismo propõe uma suspensão do modelo clínico historicamente presente na educação de surdos. Dessa forma, a surdez é considerada uma diferença, e não uma deficiência a ser reparada. Em uma perspectiva psicanalítica, considera-se o bilinguismo a partir da singularidade com que cada sujeito se relaciona com diferentes línguas. Discute-se um relato de experiência grupal, em um programa bilíngue de apoio escolar a crianças surdas, em que as possibilidades de encontro com o outro propiciam aberturas ao estrangeiro, assim como processos de identificação.