Na Ciência Política, há uma vasta área de reflexões a respeito dos aspectos teóricos e metodológicos empreendidos em pesquisas científicas. Dentre essas discussões, destacam-se os acalorados debates entre os métodos quantitativos e qualitativos, por meio da demarcação de fronteiras analíticas. No campo da Política Comparada, esse limite fronteiriço entre as pesquisas qualitativas e quantitativas também se faz presente. Nesse contexto reflexivo e metodológico, baseado no que foi denominado ao longo da década de 1990 de "nova metodologia qualitativa", o presente artigo defende que é possível empreender abordagens quantitativas e qualitativas em uma única pesquisa, embora haja princípios específicos, nas duas perspectivas, que devem ser respeitados. Por conseguinte, inserido nas reflexões realizadas pela "nova metodologia qualitativa" em relação à condução analítica dos estudos de casos comparados qualitativamente este artigo objetiva divulgar a perspectiva analítica de Sheila Jasanoff sobre a feitura de análises em política comparada, assim como uma reflexão sobre possíveis diálogos e limites analíticos dessa perspectiva.