Pensando no desafio de trazer à tona, no âmbito da Sociologia, estudos -bem como autores -ainda pouco explorados e ensinados na academia, o presente trabalho propôs analisar o pensamento de dois intelectuais -contemporâneos entre si. Trata-se de José Ortega y Gasset e Antonio Gramsci. Tomando como base estas duas figuras, o objetivo principal deste trabalho foi explorar como Ortega e Gramsci, inseridos na chamada sociologia da crise, compreenderam o fenômeno da ascensão das massas, na Europa, na primeira metade do século XX. A partir de uma abordagem metodológica centrada no contextualismo linguístico de Quentin Skinner, foi observado que enquanto Ortega, imbuído de uma perspectiva conservadora, temia a ascensão das massas nos espaços públicos e a perda de valores tradicionais -o que poderia também estar relacionado à emergência de regimes totalitários -, Gramsci via na ascensão das massas uma espécie de renovação no curso da história -principalmente levando-se em conta a politização da classe trabalhadora através dos partidos políticos.