RESUMO -O objetivo deste trabalho foi extrair compostos fenólicos de sementes de maracujá e verificar a capacidade antioxidante dos extratos. Técnicas de extração utilizando líquidos pressurizados, como água e etanol, são consideradas ambientalmente corretas, pois estes solventes não oferecem riscos ambientais e ao produto. Os experimentos de extração seguiram um planejamento experimental composto central com os fatores temperatura (30-80 °C) e percentual de etanol em água (0-100%). As variáveis vazão de solvente, pressão e tempo de extração foram mantidas constantes. Após a extração, os extratos foram armazenados a -18 °C e analisados quanto ao rendimento, fenólicos totais e capacidade antioxidante. As análises de fenólicos totais foram realizadas segundo o método Folin-Ciocalteu e a capacidade antioxidante por ensaios DPPH. Os resultados indicaram que maiores temperaturas e concentrações de etanol em água favorecem a obtenção de maiores percentuais de rendimento, fenólicos totais e capacidade antioxidante. A melhor condição obtida por este trabalho foi 55 °C e 100 % etanol, em que se obteve 6,285 % de rendimento, fenólicos totais igual a 322,166 mgAGE/100g e atividade antioxidante de 317,261 mgTE/100g.
INTRODUÇÃOA produção, o comércio e o consumo de frutos tropicais exóticos têm aumentado nos últimos anos devido às suas propriedades sensoriais atrativas e ao reconhecimento de seu valor nutricional e terapêutico. Em muitos casos estes frutos não são somente consumidos na forma in natura. O maracujá-azedo (Passiflora edulis), utilizado pela indústria de alimentos em grande quantidade na fabricação de suco e polpa, é um exemplo.Os processos de separação da polpa de maracujá produzem volumes consideráveis de resíduos devido à separação da casca, fibras da polpa e sementes. Estima-se que este material corresponde entre 60 e 70 % da massa do fruto (Zeraik et al., 2010;Gerola et al., 2013). O desenvolvimento de técnicas que visam ao uso eficiente dos subprodutos agroindustriais pode agregar valor a estes materiais e reduzir impactos ambientais resultantes de seu descarte.A valorização dos subprodutos agroindustriais está recebendo especial atenção nos últimos anos. Algumas pesquisas têm avaliado a conversão de subprodutos em ingredientes para alimentos e componentes para fármacos (Santana-Méridas et al., Área temática: Engenharia e Tecnologia de Alimentos 1