O ser humano, no decorrer da história, tem atuado de forma colonizadora sobre as demais espécies de vida que habitam o planeta Terra, corroborando uma postura antropocêntrica que tem causado prejuízos irreversíveis aos não humanos e ao próprio vivente humano. Partindo dessa premissa, nossa proposta, com o artigo em questão, é otimizar uma discussão acerca das relações coloniais que o ser humano mantém com o mundo natural, a partir do diálogo com os estudos animais e com a ecocrítica, a fim de demonstrar como essas vertentes de pensamento, em contato com a literatura, são importantes caminhos para se pensar as resistências não humanas. Assim, nossos questionamentos se potencializam pelo encontro entre, por um lado, os textos do poeta Carlos Drummond de Andrade, que revelam acentuada preocupação com a coexistência de todas as formas de vida do planeta Terra ou “arranjos multiespécies” e, por outro lado, o pensamento colaborativo de Donna Haraway (2016). Em nossa reflexão, concebemos que tais textos denominamos de “ativismo poético”.