Raciocínio geográfico e complexos patogênicos atuais: análise comparativa da Dengue e da Leishmaniose Tegumentar Americana

Abstract

No presente artigo iremos refletir a respeito do Estatuto Epistemológico da Geografia da Saúde, sistematizado com base em autores clássicos da disciplina enquanto uma forma específica de pensar os complexos patogênicos da Dengue e da LTA na atualidade. Os complexos patogênicos foram propostos por Sorre na década de 1930, dentro da tradição geográfica francesa, para compreender as relações entre as doenças e o espaço geográfico. Essa teoria foi desenvolvida num período de expansão da sociedade urbano-industrial, e guarda aspectos desse período. Propomos uma releitura desse conceito, pela introdução do raciocínio geográfico atual, nexos contemporâneos do período técnico-científico e informacional, bem como, a compreensão da coexistência de meios geográficos com contéudos técnicos, científicos e informacionais distintos, modulando a interação entre os elementos do complexo. Essa releitura será exemplificada com o estudo comparativo de dois complexos patogênicos (dengue e LTA) no estado de São Paulo (Brasil), que têm ciclos epidemiológicos distintos e predomínio em meios diferentes, ressaltando o geográfico que embasa os complexos patogênicos.

O raciocínio geográfico e as chaves de leitura da Covid-19 no território brasileiro

“…A representação do movimento ocorre somente depois" (Sorre, 1978, p.239). Como Sorre (1933) postula que o complexo patogênico seria como uma entidade biológica de nível superior, com início, desenvolvimento e extinção, além de movimentos de expansão e de contração, sua obra permitiu abordar grande variedade de doenças infecciosas e parasitárias, como nos estudos da dengue e das leishmanioses (Guimarães et al, 2018).…”