2012
DOI: 10.1590/s0002-05912012000100006
|View full text |Cite
|
Sign up to set email alerts
|

Raça, classe e etnia nos estudos sobre e em Cabo Verde: as marcas do silêncio

Abstract: ma análise dos estudos realizados por pesquisadores caboverdianos, nas últimas cinco décadas, mostra que, independentemente do quadro teórico no qual se inserem algumas categorias conceituais, erigidas como centrais, faz emergir ausências que denotam escolhas, por vezes ideologicamente situadas e que singularizam a produção teórica e ensaísta sobre Cabo Verde.De forma específica, existe a percepção, a partir de uma leitura longitudinal e transversal, de que os estudos sobre Cabo Verde, produzidos essencialment… Show more

Help me understand this report

Search citation statements

Order By: Relevance

Paper Sections

Select...
1

Citation Types

0
0
0
1

Year Published

2013
2013
2019
2019

Publication Types

Select...
4

Relationship

1
3

Authors

Journals

citations
Cited by 4 publications
(1 citation statement)
references
References 1 publication
0
0
0
1
Order By: Relevance
“…Começa aqui um processo marcante e transversal na história do arquipélago e que se configuraria, naquilo que denominei num trabalho anterior, como "esquizofrenia identitária" (Furtado, 2012a) ou, como uma socio-patologia, na designação de Georges Balandier (2001). Com efeito, parece-nos que as ambiguidades e ambivalências que têm marcado as relações de Cabo Verde e dos cabo-verdianos com o continente africano e, de forma particular, a África Ocidental resultam essencialmente de um longo processo de internalização e posterior externalização de um habitus que, ao mesmo tempo que afirma, pela positividade, o ser cabo-verdiano sua especificidade, seu cosmopolitismo, mas também sua proximidade cultural com o ocidente, paradigma da modernidade, recusa, negativamente, sua inserção cultural e identitária em África, historicamente concebida pela narrativa ocidental (política, ideológica e científica) como não possuindo história, representando a "tradição", o atraso, o barbarismo (Furtado, 2013, p. 3).…”
Section: E Tudo Começou… E Tudo Continua Como Está!unclassified
“…Começa aqui um processo marcante e transversal na história do arquipélago e que se configuraria, naquilo que denominei num trabalho anterior, como "esquizofrenia identitária" (Furtado, 2012a) ou, como uma socio-patologia, na designação de Georges Balandier (2001). Com efeito, parece-nos que as ambiguidades e ambivalências que têm marcado as relações de Cabo Verde e dos cabo-verdianos com o continente africano e, de forma particular, a África Ocidental resultam essencialmente de um longo processo de internalização e posterior externalização de um habitus que, ao mesmo tempo que afirma, pela positividade, o ser cabo-verdiano sua especificidade, seu cosmopolitismo, mas também sua proximidade cultural com o ocidente, paradigma da modernidade, recusa, negativamente, sua inserção cultural e identitária em África, historicamente concebida pela narrativa ocidental (política, ideológica e científica) como não possuindo história, representando a "tradição", o atraso, o barbarismo (Furtado, 2013, p. 3).…”
Section: E Tudo Começou… E Tudo Continua Como Está!unclassified