Que os outros sejam o normal: tensões entre movimento LGBT e ativismo queer

A Evolução da “Diversidade Sexual” no Currículo Escolar Português: da revolução dos cravos ao neoconservadorismo

“…Entre as atividades pioneiras mais significativas voltadas para a comunidade destaca-se a realização do Arraial Pride e da Marcha do Orgulho, com início em 2000 e que, gradualmente, se tornarão vetores de visibilidade LGBTI no país. Além de promover um conjunto de atividades de convivência e apoio a pessoas LGBTI, e trabalhando na formação e sensibilização de profissionais de vários setores, através de alguns dos seus projetos, a Associação vai constituir uma agenda pública de reivindicações centrada na igualdade de direitos perante a lei (Carneiro e Menezes, 2007;Colling, 2015;Silva, 2006;Santos, 2013;Santos, 2018;Vale de Almeida, 2010).…”

“…Esta proposta vai-se revelar fundamentalmente inteligente uma vez que, através desse princípio da igualdade, a ação política se centrará na eliminação ou reformulação de todas as leis discriminatórias contra pessoas LGB, dos diferentes Códigos e alíneas, incluindo o acesso ao casamento civil. Assente numa via dialógica institucional, a ILGA destacar-se-á pelas suas estratégias mais moderadas e establishment de aproximação ao poder político -e, por isso, geralmente tidas como assimilacionistas, integracionistas e normalizadoras (Colling, 2015), procurando a integração nas estruturas de poder que já existem no país. Uma das estratégias utilizadas pela ILGA é o "lobbying".…”

Por Que O Queer?: Analisando O Disciplinamento Das Identidades LGBT Como Manutenção Do Status Quo

“…Há de se atentar para a rapidez com que a teoria queer, cuja postura inicial era antiassimilacionista, foi absorvida em instituições (a maioria heterossexual) de conhecimento. Por outro lado, há, também, de se reconhecer que a teoria queer oferece perpsectivas que ainda resistem à normalização; abarca manifestações de sexo e gênero que não se reduzem a identidades gays e lésbicas, e tem criado oportunidades para estudos trans (HALPERIN, 2008 Colling (2015), esses ativismos podem ser, inclusive, hiperidentitários em momentos específicos, pois almejam chamar atenção para identidades abjetas, ignoradas ou rechaçadas pelo movimento LGBT mainstream, como as sapatonas masculinizadas, as bichas afeminadas, pessoas não monogâmicas, pessoas pobres, trans, etc. (COLLING, 2015).…”

“…Por outro lado, há, também, de se reconhecer que a teoria queer oferece perpsectivas que ainda resistem à normalização; abarca manifestações de sexo e gênero que não se reduzem a identidades gays e lésbicas, e tem criado oportunidades para estudos trans (HALPERIN, 2008 Colling (2015), esses ativismos podem ser, inclusive, hiperidentitários em momentos específicos, pois almejam chamar atenção para identidades abjetas, ignoradas ou rechaçadas pelo movimento LGBT mainstream, como as sapatonas masculinizadas, as bichas afeminadas, pessoas não monogâmicas, pessoas pobres, trans, etc. (COLLING, 2015). Similarmente, Drucker (2009), observando o contexto nova-iorquino, percebe uma multiplicidade de identidades dentro das minorias sexuais queer.…”

“…As táticas LGBT e queer têm validade, cada uma à sua maneira.LeandroColling (2015), num estudo realizado em Portugal, Argentina, Chile e Espanha, comparou as estratégias e ações dos ativismos autointitulados queer e aqueles denominados LGBT. As impressões gerais foram de que o movimento LGBT que não restrinja os sujeitos em identidades fixas, e que abra caminhos para uma multiplicidade de existências que transgridam processos de disciplinamento dos corpos e de populações 7 .…”