Abstract:Resumo Este texto discute a atuação da Psicologia nas Políticas Públicas em nosso país, apontando para a necessidade de desmonte da ainda dominante subjetividade universal e centrada no indivíduo, bem como a possibilidade de resistência entendida como invenção. Para tal, discorre acerca de algumas instituições que devem ser enfrentadas: a colonialidade do poder, a branquitude e a interseccionalidade em diálogo com as ideias de Deleuze e Guattari. O funcionamento macropolítico dessa tríade busca a reprodução de… Show more
“…De forma resumida, os artigos tratam dos aspectos institucionais que são atravessados pelas questões de gênero, raça, etnia e localidade, apresentando os desafios para atuação ética dos profissionais, visto que há um não reconhecimento das implicações que a relação de marcadores sociais enseja na construção das subjetividades e os efeitos que a invisibilidade do assunto provoca na postura profissional. (Silveira e Nardi, 2014;Silva et al, 2020;Romagnoli, 2022) Segundo Akotirene (2019), a interseccionalidade busca fornecer um instrumento teórico-metodológico à inseparabilidade estrutural do racismo, capitalismo e cisheteropatriarcado na constituição dos sujeitos (p.14). Portanto, a interseccionalidade é utilizada como instrumento de análise da diversidade de experiências de opressão, dentre as quais o racismo, o sexismo e a classe, numa crescente complexidade e aperfeiçoamento dos seus mecanismos de dominação, se reproduzem e destoam na organização mundial, incluindo o Brasil.…”
Introdução: O presente trabalho é uma pesquisa exploratória sobre a importância do pensamento interseccional para a atuação de psicólogos no campo de políticas públicas. O pensamento interseccional é um instrumento teórico-metodológico para a análise dinâmica das estruturas de opressão que constituem os processos de subjetivação e entraves para a garantia dos direitos humanos. Objetivo: O objetivo deste trabalho é elaborar reflexões pertinentes à classe e à sociedade em geral, articulando as contribuições da área com o instrumento interseccional. Materiais e Métodos: Para a discussão foram utilizados 10 artigos, divididos entre a área temática da psicologia e políticas públicas e a área do pensamento interseccional correspondente às relações raciais, de gênero e classe. Resultados: Resgata-se a noção do compromisso social da psicologia voltado para um projeto de profissão que responda às reais necessidades da nossa população em diálogo com o pensamento interseccional. Observou-se a necessidade de criação de novas metodologias de trabalho que dê conta da complexidade do campo, convocando os profissionais a considerar as opressões de raça, gênero e classe como marcadores sociais necessários à compreensão dos desafios atuais para a categoria, apontando para a apropriação de marcadores diversos, de acordo com a necessidade em questão. Conclusão: Conclui-se destacando que interseccionalidade é um instrumento recente, carecendo de produções diversas para avaliar a sua eficácia, bem como a importância da formação continuada para o contínuo desenvolvimento do pensamento crítico no combate a perspectivas naturalizantes das desigualdades sociais, visto que a atuação dos profissionais tendem a reforçar as estruturas de opressão relatadas e naturalizar quebras de direito dos usuários que atendem.Palavras-chave: campo profissional; atuação profissional; direitos humanos; garantia de direitos; pensamento crítico.
“…De forma resumida, os artigos tratam dos aspectos institucionais que são atravessados pelas questões de gênero, raça, etnia e localidade, apresentando os desafios para atuação ética dos profissionais, visto que há um não reconhecimento das implicações que a relação de marcadores sociais enseja na construção das subjetividades e os efeitos que a invisibilidade do assunto provoca na postura profissional. (Silveira e Nardi, 2014;Silva et al, 2020;Romagnoli, 2022) Segundo Akotirene (2019), a interseccionalidade busca fornecer um instrumento teórico-metodológico à inseparabilidade estrutural do racismo, capitalismo e cisheteropatriarcado na constituição dos sujeitos (p.14). Portanto, a interseccionalidade é utilizada como instrumento de análise da diversidade de experiências de opressão, dentre as quais o racismo, o sexismo e a classe, numa crescente complexidade e aperfeiçoamento dos seus mecanismos de dominação, se reproduzem e destoam na organização mundial, incluindo o Brasil.…”
Introdução: O presente trabalho é uma pesquisa exploratória sobre a importância do pensamento interseccional para a atuação de psicólogos no campo de políticas públicas. O pensamento interseccional é um instrumento teórico-metodológico para a análise dinâmica das estruturas de opressão que constituem os processos de subjetivação e entraves para a garantia dos direitos humanos. Objetivo: O objetivo deste trabalho é elaborar reflexões pertinentes à classe e à sociedade em geral, articulando as contribuições da área com o instrumento interseccional. Materiais e Métodos: Para a discussão foram utilizados 10 artigos, divididos entre a área temática da psicologia e políticas públicas e a área do pensamento interseccional correspondente às relações raciais, de gênero e classe. Resultados: Resgata-se a noção do compromisso social da psicologia voltado para um projeto de profissão que responda às reais necessidades da nossa população em diálogo com o pensamento interseccional. Observou-se a necessidade de criação de novas metodologias de trabalho que dê conta da complexidade do campo, convocando os profissionais a considerar as opressões de raça, gênero e classe como marcadores sociais necessários à compreensão dos desafios atuais para a categoria, apontando para a apropriação de marcadores diversos, de acordo com a necessidade em questão. Conclusão: Conclui-se destacando que interseccionalidade é um instrumento recente, carecendo de produções diversas para avaliar a sua eficácia, bem como a importância da formação continuada para o contínuo desenvolvimento do pensamento crítico no combate a perspectivas naturalizantes das desigualdades sociais, visto que a atuação dos profissionais tendem a reforçar as estruturas de opressão relatadas e naturalizar quebras de direito dos usuários que atendem.Palavras-chave: campo profissional; atuação profissional; direitos humanos; garantia de direitos; pensamento crítico.
“…The violence against nursing staff expresses the cultural, educational, and social context of an unequal country with a history strongly marked by the colonial and patriarchal process [50]. In this sense, verbal violence with offenses related to sexual orientation and physical appearance (obesity) are expressions machismo and an imposition of standards of ideal bodies present in Brazilian society.…”
Violence demands considerable attention due to its complexity and social consequences. The objective of this study was to analyze violence in the nursing professional workplace in the context of primary health care in Brazil. It is a qualitative study with theoretical and methodological reference to institutional analysis. It was carried out in basic health units in Brazil. Nursing professionals (N = 11) participated in semi-structured interviews and discussion groups, in addition to a research diary and participant observation. Data collection took place from October to December 2021. The results are presented in five categories: types of violence and aggressors from the perspective of nursing professionals; the causes of violence reported by professionals; strategies for the management of violence; professionals’ proposals for preventing violence in health contexts; the consequences of violence in the workplace. Nursing professionals make up a large part of the workforce and have reported verbal, physical, moral, and psychological violence. The main causes are associated with user access to services. For the prevention of violence, professionals do not see themselves as protagonists of change. The consequences are the loss of quality of work and the health of professionals who requested sick leave and transfers. The study’s findings can help in the development of public policies and educational and management actions.
“…O alinhamento entre Psicologia e Políticas Públicas é corroborado por Mello et al (2022) e Romagnoli (2022), visto que, no fazer profi ssional, psicólogas e psicólogos devem defender a diferença, a invenção de modos de existência singulares e potentes, para desarmar as confi gurações de poder nos territórios em que circulam, visto que as relações com a comunidade se tornam possibilidades de criar novas formas de atuar na e para a profi ssão, estabelecendo a formação generalista proposta pelas DCNs, com a necessidade de articulação com ênfases que permitem especifi cidades ao conhecimento prático.…”
Section: Cadernos Deunclassified
“…Retomando o contexto geral, ao se estudar a atuação em Psicologia, segundo Romagnoli (2022), ressalta-se a importância da transversalidade em diferentes práticas, pois esta remete a uma dimensão conectiva, colocando em análise não somente a relação da subjetividade com outras dimensões, mas também os modelos que atravessam os sujeitos e os grupos. Por meio dela, resiste-se às hierarquizações para que encontros potentes se efetuem, a fi m de que a vida circule, para que haja ligação ao coletivo e para que não ocorra oposição entre indivíduo e sociedade na prática em Psicologia.…”
Section: Cadernos Deunclassified
“…Os direitos sociais como expressão de vida, as Políticas Públicas para ofertar serviços e atendimentos voltados à garantia de direitos, e a Psicologia atuando em múltiplas frentes, na perspectiva da necessidade de aplicação de diferentes estratégias (seguindo as cinco categorias centrais de resultado da pesquisa, por exemplo) assentam o reconhecimento de que a população e as comunidades-alvo das políticas sociais também são sujeitos autônomos da própria história e agentes de transformação do próprio modo de vida, agindo para que as/ os profi ssionais de Psicologia refl itam sobre as melhores ações e práticas, frente a diferentes culturas e modos de vida (Romagnoli, 2022;Seixas & Yamamoto, 2012;Silva & Carvalhães, 2016;Zimath et al, 2020).…”
This project aimed to understand how Psychology, in the fi eld of public policies, can present characteristics and similarities that lead to understanding the sense of unity in professional practice, in different areas of activity. It was a documentary, bibliographical and qualitative research, which used Bardin’s Content Analysis techniques for the critical interpretation of offi cial documents (CREPOP’s Technical References and Resolutions for professional practice) and theoretical bases. For the analyses, the MAXQDA was used considering variables/markers and their meanings, together with the reading of documents on attributions and professional practices of Psychology. The References analyzed dealt with the work in Psychology in the following spaces: Brazilian Health System Hospital Services; Human Mobility and Transit; Primary Health Care; Psychosocial Units and, Emergencies and Disasters. Once the analysis corpus was built, the most frequent results in the categorization of main terms were: Treatment (70), Reception (53) and Prevention/Promotion (45). Once the concepts were constructed for each category, treatment and promotion/prevention stood out – such as strategies and interventions aimed at minimizing mental health problems –, as well as autonomy and improving the quality of life of the person assisted. Recognizing the limits of the methodological framework, it was observed that a single defi nition for the work in Psychology was not feasible, while demonstrating possibilities of understanding transversal and common practices to envision a sense of unity, with social commitment, and that respects the particularities and breadth of this science and profession.Keywords: Psychology, professional practice, public policies, social commitment
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