A malária é a principal parasitose tropical do mundo e precisa ser vista como uma doença de múltiplas causas, inclusive, social e política. Neste contexto, os garimpos tornam-se um lugar de sobrevivência e perspectivas para os indivíduos em risco social, sobretudo, em períodos de crise econômica. Identificar os fatores associados às reinfecções de malária entre garimpeiros em Boa Vista, Roraima. Estudo ecológico transversal, baseado em dados secundários dos casos de recidivas (recrudescência, recaídas e reinfecção) de malária em Roraima, realizado com garimpeiros. Para o estudo transversal, os participantes da pesquisa foram garimpeiros (n=72) que procuraram atendimento em uma unidade de saúde durante os meses de julho a dezembro de 2021. As entrevistas foram analisadas por meio da técnica de Análise de Conteúdo de Laurence Bardin (2004). Apontaram para um predomínio de homens, em idade produtiva com a média de 36,7 anos. Quanto à malária foram notificados 6.465 casos em Boa Vista no ano de 2019, com um leve aumento no ano seguinte para 6.534 casos. Para os casos de reinfecção, foram notificados 177 e 169 casos entre 2019-2020. Do discurso foram extraídas três categorias: risco social; segurança financeira e relação precária do trabalho. Essa pesquisa identificou diversas variáveis de questões periféricas e profundas, que foram importantes para demonstrar os principais fatores de vulnerabilidade enfrentados pelos garimpeiros. No desfecho, foi revelada uma demanda em ações produzidas no cuidado à saúde, bem como o planejamento de intervenções voltadas para a promoção do autocuidado e intervenções precoces por meio de medidas in loco.