Propriedades Imunológicas Do Mel De Abelhas Sem Ferrão – Revisão Bibliográfica

Abstract

Introdução: A criação das melíponas ou popularmente conhecidas como “abelhas sem ferrão” e a utilização do mel e seus derivados como recurso terapêutico para prevenir e tratar enfermidades, é uma prática antiga, com relatos desde os primórdios da civilização egípcia. A crescente busca e estudos realizados acerca do mel produzido por abelhas sem ferrão ocorre devido à sua composição química relacionada à efeitos antissépticos, antimicrobianos, anti-inflamatórios, anticancerígenos e cicatrizantes. Objetivos: Revisar a literatura dos últimos 5 anos, sobre as propriedades imunológicas, utilização e os benefícios do mel de abelhas sem ferrão. Material e métodos: a busca da literatura foi realizada em plataformas como Pubmed, SciELO e Portal CAPES, usando as palavras-chave “abelhas sem ferrão”, “mel” e “propriedades bioativas”. Resultados: O mel de abelhas sem ferrão possui alto teor de açúcares, baixo pH, sais minerais, vitaminas, e em menores quantidades proteínas e flavonoides. Tais compostos, conferem ao mel, atividade antimicrobiana inibitória contra bactérias do gênero Staphylococcus aureus, Bacillus sp, Proteus spp., Escherichia coli e Pseudomonas aeruginosa. Além da alta viscosidade do mel que proporciona uma barreira física em feridas capaz de evitar a exsudação e neutralizar intermediários reativos do oxigênio. Seu uso experimental em feridas contaminadas de ratos induziu a formação de granulações no tecido, estimulou o crescimento epitelial e a síntese de colágeno reduzindo o tempo de cicatrização; ademais estimulou a produção das citocinas TNF-α, IL1β e IL-6. O mel pode ser empregado no tratamento de doenças que envolvam o estresse oxidativo, uma vez que se mostrou eficaz na captura direta do radical livre DPPH e AAPH, e apresentou atividade anticancerígena inibindo a expressão da proteína inflamatória ICAM-1 e VCAM-1 em células endoteliais. Conclusão: Observa-se, com esses dados, que o mel de abelhas sem ferrão é rico em compostos bioativos que melhoram a resposta imunológica frente a bactérias patogênicas, reações inflamatórias estimulando a produção de citocinas e contribuem no tratamento e prevenção de enfermidades relacionas ao estresse oxidativo, sugerindo o desenvolvimento de novas linhas de pesquisa para avaliar sua aplicação.

Análise do processo cicatricial de queimaduras em camundongos da linhagem Swiss tratados com mel de abelha Tetragonisca angustula

“…A composição do mel depende de vários fatores externos, principalmente das fontes vegetais, além do solo, da espécie da abelha, o estado fisiológico da colônia, a maturação do mel, condições climáticas, em que momento a colheita se encontra, região em que a colmeia está inserida, entre outros. Muitos autores discutem os parâmetros químicos e físico químicos do mel, os quais utilizam as variações de umidade, hidroximetilfurfural, açúcares redutores, sacarose, viscosidade, condutividade, pH, acidez e índice de formol; que tem padrões pré-estabelecidos pela legislação brasileira, onde o mel tem padrões mínimos a serem atingidos para serem comercializados e utilizados para consumo humano (Silva, et al, 2008;Reichert & Batista, 2021).…”

“…As propriedades físicas do mel são essenciais quando relacionado a fitoterapia de lesões, pois formam uma barreira protetora e cria um ambiente úmido por osmose proporcionando uma melhor cicatrização (Al-Waili, et al, 2011). Sua atuação anti-inflamatória em lesões é devida a redução do edema local, quimiotaxia de macrófagos, proliferação de fibroblastos e angioblastos, e sua ação antimicrobiana, pela liberação de hidrogênio a partir da glicose, com a presença de inibina, capacidade higroscópia e acidez (Marques et al, 2015;Reichert & Batista, 2021).…”