Recebido em 22/1/01; aceito em 25/7/01 PROPOLIS: 100 YEARS OF RESEARCH AND FUTURE PERSPECTIVES. Propolis is a multifunctional material used by bees in the construction and maintenance of their hives. The chemical composition and pharmacological properties have been studied for centuries. Today they represent an important raw material for many health products and constitute a new interdisciplinary area for research. Among others they show important antimicrobial and cytotoxic activities and various pharmacological properties. This paper presents an overview of the scientific literature and patents concerning propolis.Keywords: propolis; patents; chemical composition; biological activity.
INTRODUÇÃOAo longo da história, o homem apreendeu a utilizar os produtos naturais na medicina. Uma revisão recente sobre esse assunto foi apresentada em Química Nova por Barreiro 1 . Das várias formas de utilização destacam-se as plantas brutas (ex.: ervas) além das tradicionais preparações Galênicas (ex.: extratos). Um dos muitos produtos naturais utilizados durante séculos pela humanidade tem sido a própolis (CAS No. 9009-62-5) administrada sob diversas formas. Seu emprego já era descrito pelos assírios, gregos, romanos, incas e egípcios. No antigo Egito (1700 A.C.; "cera negra") era utilizada como um dos materiais para embalsamar os mortos.A própolis é uma mistura complexa, formada por material resinoso e balsâmico coletada pelas abelhas dos ramos, flores, pólen, brotos e exsudados de árvores; além desses, na colméia as abelhas adicionam secreções salivares 2-5 . Vários trabalhos têm sido publicados divulgando e revisando as propriedades biológicas da própolis como, por exemplo, as antimicrobiana, antifúngica, antiprotozoária, antioxidante e antiviral 4-6 . Na África do Sul, na guerra ao final do século XIX, foi amplamente utilizada devido às suas propriedades cicatrizantes 5 e na segunda guerra mundial foi empregada em várias clínicas soviéticas 7 . Na antiga URSS, a própolis mereceu especial atenção em medicina humana e veterinária, com aplicações inclusive no tratamento da tuberculose, observando-se a regressão dos problemas pulmonares e recuperação do apetite 8 .Os gregos, entre os quais Hipócrates, a adotaram como cicratizante interno e externo. Plínio, historiador romano, refere-se à própolis como medicamento capaz de reduzir inchaços e aliviar dores 7 . O termo própolis já era descrito no século XVI na França 5 e, em 1908 surgiu o primeiro trabalho científico 9 sobre suas propriedades químicas e "composição", indexado no Chemical Abstracts (referência n° 192). Em 1968 surgiu no Chemical Abstracts o resumo da primeira patente utilizando a própolis 10 (Romena, para a produção de loções para banho).Historicamente o primeiro trabalho 9 (indexado pelo Chemical Abstracts) sobre a própolis foi publicado 10 anos depois que o professor Heinrich Dresser da Bayer, proclamou o surgimento de uma milagrosa droga batizada como heroína; 5 anos depois do surgimento do primeiro barbitúrico e 14 anos antes do descobrimento da vitamina D, ...