Processos psicossociais, saúde mental e trabalho em um instituto federal de educação

Abstract

Resumo: Introdução: estudos sobre processos ou fatores psicossociais e suas possíveis relações com a saúde ocupacional no mundo contemporâneo do trabalho são necessários para poder intervir e minimizar vulnerabilidades sociais e psicológicas nos locais de trabalho. Objetivo: caracterizar os fatores psicossociais - protetivos e de risco à saúde mental - relacionados ao trabalho, sob a perspectiva de gestores e profissionais de saúde do trabalhador de uma instituição federal de educação., Métodos: pesquisa qualitativa com abordagem da psicodinâmica do trabalho. Os dados foram coletados por meio de grupos focais e interpretados com análise temática de conteúdo. Resultados: os fatores protetivos evidenciados incluíram ambiente e equipamentos; autonomia do trabalhador; participação nas decisões; relacionamento interpessoal; cultura institucional de apoio; e valorização social do trabalho. Como fatores de risco foram destacados intensificação e sobrecarga de trabalho; imprecisões de competências e responsabilidades; insegurança na carreira; e conciliação trabalho-família. Conclusão: condições de trabalho e aspectos individuais do trabalhador foram referidos tanto como fatores protetivos quanto de risco à saúde mental do trabalhador e podem propiciar parâmetros para a estruturação de programas de gestão de riscos psicossociais.

SAÚDE DO EDUCADOR EM TEMPOS DE PANDEMIA: uma revisão narrativa sobre a saúde mental de profissionais da Educação Básica

“…23 Uma pesquisa realizada por uma Instituição Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica localizada na região Sul do Brasil, identificou que os profissionais da educação exerciam rotineiramente uma certa maleabilidade na sua rotina profissional, adaptando-se a realidades distintas com o objetivo de abranger os diversos públicos e realidades por eles atendidos. 24 Os profissionais percebiam o valor social do trabalho que realizavam, e o fato de ele ser significativo são fatores protetivos contra o adoecimento mental. No entanto, quando não há reconhecimento da importância do papel social do professor, esses fatores protetivos à saúde mental reduzem-se.…”

“…Isso considerando a construção sócio-histórica brasileira que atribui às mulheres a responsabilidade pela educação das crianças e pelo cuidado com o lar. 24 A responsabilização exclusiva dos professores para a manutenção da qualidade no ensino durante a pandemia, associada à ausência de capacitações que facilitassem o acesso dos educadores aos novos meios de ensino-aprendizagem, foram fatores contribuintes para uma maior sobrecarga de trabalho e, como consequência, o aumento da exaustão física e mental. 25 Para além dessa constatação, a impossibilidade de alternar os meios de trabalho, já que por meses a modalidade de ensino remoto foi a única possibilidade, a adaptação à pandemia trouxe uma pressão psicológica muito grande para os profissionais.…”

Análise dos indicadores de prazer e sofrimento no trabalho associados a ansiedade e depressão entre agentes comunitários de saúde

“…Os processos de trabalho e as relações pessoais nos ambientes laborais têm sofrido mudanças substanciais ao longo dos anos, em decorrência do avanço da globalização e de alterações econômicas mundiais 1 . Essas modificações podem influenciar na saúde física e mental dos indivíduos, por estarem relacionadas a diversos aspectos que envolvem o corpo e a subjetividade dos trabalhadores 2 .…”

“…No Brasil, verifica-se um aumento do número de afastamentos do trabalho devido a transtornos mentais e comportamentais, representando a segunda e a terceira causa de afastamentos de trabalhadores regidos pela Previdência Social 1,2 . Estudos sobre os agentes comunitários de saúde (ACSs), profissionais importantes para a organização da Atenção Primária em Saúde (APS) e para o processo de fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) [3][4][5] , registram a presença de sofrimento mental e transtornos psíquicos entre eles, decorrentes da vivência de situações geradoras de sofrimento no seu trabalho 6 , além de apontarem que, entre todos os profissionais atuantes na APS, há maior prevalência de ansiedade e depressão entre os ACSs 7 .…”