Em memória da minha avό LurdesGonçalves, mulher negra, órfã desde os 9 anos, e que viveu a escravidão na sua pele em fazendas e depois no casamento, até a morte. Seu corpo preto, seus dedos sem unhas, suas cataratas nos olhos, veias inchadas, vi desfazerem-se definitivamente em meus braços, deixando-me uma herança única: o olhar para os corpos oprimidos com cuidado e sensibilidade.
AGRADECIMENTOSÀs professoras que tive pelo caminho no meu percurso em escola pública, como Neuza A. Resende, do Ensino Médio, da Fundaçao de Ensino de Contagem, por ter me ensinado que a base de qualquer conhecimento é o questionamento e Selma Senna (em memória), da Universidade Federal de Goiás, por mostrar-me as diferentes epistemologias e o eurocentrismo na Ciência, situando-me quanto ao meu lugar de produção científica no mundo.À Unicamp, universidade que me acolheu depois de um longo percurso de vida acadêmica na Itália, em diferentes áreas do conhecimento. Agradeço aos excelentes professores que tive nessa instituição de ponta que me ofereceu desde uma ampla gama de perspectivas e abordagens teόricas a um sistema de biblioteca que não vi nem em países ditos de primeiro mundo, além de todo o meu tratamento médico e dentário durante meu mestrado e primeiro ano de doutorado. A Universidade Pública deve ser defendida com unhas e dentes, porque é patrimônio do povo brasileiro.O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior-Brasil (CAPES)-Cόdigo de Financiamento 001.Aos professores Mário Medeiros e Bella Feldman que me sugeriram leituras, especialmente à professora que, talvez sem saber, teve um papel importante na definição do tema dessa pesquisa, pois foi depois da sua disciplina que o projeto foi ganhando forma.Agradeço aos amigos que fiz nessa instituição, que me aconselharam livros, textos e me ofereceram o ombro em momentos difíceis os quais não pensava superar, Rozi Ferreira, principalmente. À Viviane Vidigal, meu suporte técnico e de desabafo durante a escrita e sempre que precisei dela para assuntos burocráticos junto à instituição, ela estava pronta a ajudar. À Christian Ribeiro, pelas partilhas de textos e até músicas que aqueceram o meu coração durante a escrita no inverno frio da França. Ao amigo e à amiga brasileira que fiz na França e que enchem minha casa e minha vida de alegria, Pedro e Gleidina, com quem posso conversar sobre racismo, branquitude e nossas experiências corpóreas na Europa. Agradeço ao meu ex-professor e jornalista Maurizio Corte, da Universidade de Verona, que me doou todas as informações necessárias para a coleta de dados e que se colocou à disposição para dúvidas e conversas sempre que precisei. Ao amigo jornalista Marcelo Igor, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, que conheci nas terras goianas e que leu minha metodologia, apontando algumas inconsistências para que eu pudesse melhorar. Ao meu filho Pietro, minha jόia rara, minha companhia desde o mestrado e que tornou minha escrita e minhas leituras mais prazerosas, pois dividimos p...