Processo de trabalho no transporte aeromédico: concepções de trabalhadores

Abstract

O estudo teve por objetivo analisar as concepções da equipe de um transporte aeromédico acerca do seu processo de trabalho. Trata-se de uma pesquisa qualitativa realizada com profissionais de um serviço de transporte aéreo vinculado ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência localizado no Sul do Brasil, selecionados intencionalmente, os quais foram submetidos à entrevista semiestruturada, cujos dados foram tratados pela análise de conteúdo. Participaram do estudo oito profissionais. Emergiram duas categorias: facilidades e dificuldades do trabalho. As facilidades surgem pelo bom relacionamento com a equipe de trabalho e com os serviços de saúde, as vantagens do serviço aeromédico e o sentimento de satisfação com a assistência prestada. As dificuldades estiveram relacionadas com a falta de recursos nas cidades em que este serviço presta atendimento, das desvantagens do serviço e dos sentimentos gerados nos atendimentos ao público infantil. Diante dos resultados, é necessário um olhar mais crítico por parte dos gestores sobre as particularidades do serviço, para que as facilidades sejam potencializadas e as dificuldades superadas.

Serviço aeromédico em aeronaves de asas rotativas: realidade e perspectiva profissional

“…O serviço aeromédico exige dos profissionais envolvidos no atendimento, conhecimento sobre a fisiologia do voo e sobre as suas possíveis repercussões no quadro do paciente, sendo esse conhecimento fundamental para atuação no ambiente aeroespacial. Ainda, são necessárias noções de aeronáutica como terminologia, segurança no interior e em torno das aeronaves e embarque e desembarque de pacientes que devem seguir as determinações do Regulamento Brasileiro da Aviação Civil ( (Blera & Ribas, 2018;Pereira, Galdino, Barreto & Martins, 2021).…”

“…Estudo brasileiro sobre o processo de trabalho no transporte aeromédico revela que o trabalho em equipe é um fator facilitador para o labor, proporcionando confiança na equipe, dados esses que são análogos aos do presente estudo (Pereira et al, 2021). A existência de confiança e cooperação entre os membros da equipe e a liberdade para expor opiniões para os membros da equipe, influenciam diretamente no processo de trabalho e no desenrolar do atendimento (Alfes, 2020).…”

“…Dentre os aspectos facilitadores e benéficos verbalizado pelos entrevistados, encontram-se a rapidez/agilidade da aeronave e a possibilidade de atingir regiões de difícil acesso. Resultados semelhantes aos achados desse estudo demonstram que a utilização do recurso aeromédico traduz-se em assistência de saúde com suporte avançado, tempo-resposta reduzido e encaminhamento ágil do paciente a uma instituição de saúde para o tratamento definitivo (Pereira et al, 2021).…”

“…Em contrapartida, estudos brasileiros apontam limitações no emprego de aeronaves, dentre elas: limitações às condições climáticas e noturnas, vibrações e ruídos da própria aeronave, espaço interno reduzido e custo elevado de operação, corroborando com os achados desse estudo (Pereira et al, 2021;Cardoso, Abreu, Zatta, Bastiani & Andrade, 2017). Outra limitação refere-se as decolagens autorizadas se ocorrem antes do pôr-do-sol, visto que a maioria dos serviços de regaste aeromédico está oficializado para atendimentos diurnos, pois torna-se arriscado pouso e decolagem a noite.…”

Resgate aéreo e os danos ocupacionais para os profissionais de saúde: uma revisão integrativa

“…Esses fatores quando permanentes e constantes, em turnos de horas excessivas, esgotam fisicamente e mentalmente o profissional atuante na categoria, que em conjunto com toda a especificidade dinâmica e ambiental trazida com o meio laboral, afetam negativamente na saúde e no desempenho trabalhista deste, podendo tornar-se fator de risco para si, para a tripulação com quem navega, tendo em vista que o trabalho em equipe é primordial para uma boa dinâmica e logistica de vôo e atendimento, e principalmente para aquela que está em estado crítico de saúde carecendo de toda a atenção do profissional (Iamin, 2020;Pereira et al, 2021).…”