“…No lado oposto, os produtores de bens I (diferenciados), normalmente oligopolistas, não se importam tanto com eventuais mudanças em seus preços relativos ao escolherem o instrumento de invoicing e, conforme Goldberg e Tille (2005), neste momento, se voltam muito mais para a volatilidade das variáveis macroeconômicas. Em consequência, eles estão mais propensos a adotarem a estratégia PCP, em linha com os argumentos seminais deMcKinnon (1979).166 Evidências empíricas do papel das especificidades da indústria e dos bens comercializáveis na decisão de invoicing foram levantadas para alguns países, a exemplo de Japão (OI; OTANI;SHIROTA, 2004; ITO et al, 2014), Suécia(WILANDER, 2004;FRIBERG;WILANDER, 2007),Brasil (REISS, 2015b), Canadá (GOLDBERG; TILLE, 2016), Itália (WITTE; VENTURA, 2016), Reino Unido (CHUNG, 2016) e Colômbia (LIU; LU; ZHANG, 2017). Com exceção deReiss (2015b), as análises dos autores são consistentes com a conclusão teórica de que o grau de diferenciação do produto influencia o faturamento.167 Ainda que, para algumas experiências, a magnitude da diferença do percentual externado pelos distintos tipos de precificação entre os grupos de bens comercializáveis seja moderada, os trabalhos consultados indicam uma maior utilização do padrão PCPproducer currency pricing (VCPvehicle currency pricing) para mercadorias de baixa (alta) homogeneidade.165 Se uma empresa japonesa exportando para os EUA enfrenta a concorrência de outros produtores, tanto domésticos quanto estrangeiros, os quais estabelecem preços em dólar, então é provável que ela também mantenha seu preço nessa moeda a fim de estabilizá-lo em relação aos de seus concorrentes.166 O modelo de equilíbrio geral formulado por Bacchetta e van Wincoop (2005) também apoia a noção de que quanto mais diferenciado o produto, maior a probabilidade de o exportador fixar o preço em sua própria moeda.167 Mais à frente nesta subseção, avaliamos algumas das evidências apresentadas porReiss (2015b), denotando que elas estão longe de compreenderem uma oposição estrita às ideias deMcKinnon (1979) e Goldberg e Tille (2005).…”