Prevalência e Fatores Associados à Polifarmácia em Idosos Atendidos na Atenção Primária à Saúde em Belo Horizonte-MG, Brasil

Abstract

Resumo O objetivo deste artigo é analisar a prevalência de polifarmácia e de polifarmácia excessiva, bem como seus fatores associados, entre idosos atendidos em duas Unidades Básicas de Saúde de Belo Horizonte-MG. Foi conduzido um estudo observacional transversal, realizado por meio de informações resultantes de uma entrevista estruturada ao paciente. Foram analisadas as associações individuais de cada variável explicativa com a polifarmácia e polifarmácia excessiva. Para as variáveis que apresentaram associação significativa com polifarmácia, foi realizada análise multivariada por meio do modelo de regressão logística. Os idosos utilizavam, em média, 5,2 fármacos. A prevalência de polifarmácia foi de 57,7% e de polifarmácia excessiva foi de 4,8%. Na análise univariada, mostraram-se associadas à polifarmácia as condições idade ≤ 70 anos, escolaridade > 8 anos, presença de mais de três doenças e presença de sintomas de depressão. Para polifarmácia excessiva, mostraram-se associadas as condições presença de mais de três doenças, autopercepção da saúde negativa e dependência parcial nas atividades instrumentais de vida diária. No modelo multivariado final para polifarmácia, permaneceram as variáveis idade ≤ 70 anos e presença de mais de três doenças.

Polifarmácia Em Idosos Assistidos Pela Estratégia De Saúde Da Família

“…Além disso, verificou-se que a maioria dos entrevistados são alfabetizados (74%), residem com a família (79,6%) e são aposentados (94,2%). Resultados similares puderam ser observados em estudos como o de Carneiro e seus colaboradores (2018) em que a maioria era alfabetizado (73,9%) e residia com algum familiar (87,4%); e Oliveira et al (2021Oliveira et al ( , p. 1556) com 75,7% da amostra composta por idosos alfabetizados e 76,2% morava com a família. Com relação à quantidade de fármacos utilizados diariamente pelos idosos, 58,3% relataram fazer uso de 2 a 3 medicamentos, 16,5% consomem 4 a 5 medicamentos e 25,2% acima de 5 medicamentos.…”

Correlação de depressão com uso de medicamentos e doenças crônicas em idosos atendidos em centro de especialidades em Belém – PA

“…O estudo mostrou maior proporção no uso de 4 a 6 medicamentos (60,53%) por pacientes atendidos com diagnóstico de depressão no ambulatório de Saúde do Idoso do CEMEC, fato esse expõe que existe um uso concomitante de vários medicamentos de forma habitual entre as pessoas idosas especialmente com múltiplas comorbidades, justificando a quantidade de medicamentos por eles utilizados (Maruyama, & Ferreira, 2020;Oliveira et al, 2018).…”

Polifarmácia na saúde dos idosos: revisão integrativa de literatura

“…Outro fator que pode influenciar a polifarmácia excessiva nos idosos é justamente a idade, sendo que idades mais avançadas são diretamente proporcionais ao aumento de medicações (Júnior et al, 2020). Porém, Oliveira et al (2021) apresentou em seu trabalho menor exposição a polifarmácia quando relacionado ao avanço da idade. Neste caso, os pesquisadores justificam essa variabilidade entre os estudos com as diferenças nas práticas clínicas, comportamento de indivíduos, natureza de fonte de dados, entre outros fatores.…”

“…Quando duas ou mais dessas doenças crônicas estão presentes no mesmo indivíduo ao mesmo tempo será considerado multimorbidade. Sendo assim, para o tratamento desses enfermos, é necessário o uso contínuo de vários medicamentos (Oliveira et al, 2021).…”